De acordo com as investigações, Marcelo Álvaro Antônio teria comandado o desvio de recursos públicos, ao lançar candidaturas femininas de fachada nas últimas eleições

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O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL) foi indiciado pela Polícia Federal, após suspeita de envolvimento no esquema de candidaturas laranja em seu partido. Segundo as investigações, Marcelo teria comandado o desvio de recursos públicos, ao lançar candidaturas femininas de fachada nas eleições de 2018.

O ministro é suspeito dos crimes de falsidade ideológica eleitoral, apropriação indébita de recurso eleitoral e associação criminosa, sendo as penas, respectivamente, de seis, cinco e três anos de reclusão.

O relatório policial foi enviado ao Ministério Público de Minas Gerais nesta sexta-feira, 4, e decidirá se oferece ou não a denúncia contra o ministro à Justiça. Caso isto aconteça, Marcelo passa a ser réu no processo.

Permanência no cargo

Sobre a permanência de Marcelo no cargo de ministro do Turismo, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) alegou, na ocasião, que aguardaria a investigação da PF. Ambos reuniram-se na última quinta-feira, 3, mas o teor da conversa não foi revelado.

O caso

Em 29 de abril deste ano, a Polícia Federal deflagrou a Operação “Sufrágio Ostentação”, para esclarecer suspeita de irregularidade na aplicação de recursos referentes a campanhas eleitorais femininas do PSL, em Minas Gerais.

Na época, foram cumpridos sete mandados judiciais de busca e apreensão, sendo um deles na sede do PSL em Belo Horizonte. Foram realizadas, também, buscas em gráficas e empresas que prestaram serviço à legenda do presidente Jair Bolsonaro.

Um dos casos apurados foi de uma candidata do PSL de Minas. Zuleide Oliveira contou que se reuniu pessoalmente com o ministro, o qual propôs que ela receberia R$ 60 mil para campanha, mas deveria devolver R$ 45 mil ao partido.

Além de Zuleide, outras candidatas do PSL acusaram Marcelo de participar do esquema, inclusive a deputada federal eleita, Alê Silva (PSL-MG), que alega ter recebido ameaças de morte por parte do ministro.