Variante foi observada em três municípios diferentes do Estado. Pesquisadores reforçam necessidade de estudos constantes sobre as mutações do vírus

Não há indícios, até o momento, de que variante seja mais contagiosa | Foto: Reprodução

Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) em conjunto com o Laboratório Nacional de Computação Científica do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI) identificaram uma possível nova linhagem do novo coronavírus (Sars-CoV-2) circulando entre a população do Rio de Janeiro. 

Os resultados e maiores detalhes sobre o estudo ainda não foram divulgados em revistas científicas. De acordo com o MCTI, as análises dos pesquisadores identificaram cinco mutações do vírus causador da covid-19, o que pode caracterizar uma nova linhagem originária da subespécie B.1.1.28 do coronavírus.

As estimativas apontam que a nova variante pode ter surgido em julho deste ano. Ela foi identificada em amostras coletadas entre moradores dos municípios de Cabo Frio, Niterói e Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.

Segundo os pesquisadores, até o momento, não há indícios de que a nova linhagem do vírus seja mais transmissível que as anteriormente identificadas, nem que a mutação interfira na efetividade das vacinas que estão em fase de testes. Ainda assim, os cientistas consideram importante a continuação da vigilância quanto às variações do vírus no país, para calcular a velocidade em que se espalhe e que sofre novas mutações.

O pesquisador Fernando Spilki reforça a ideia de vigilância constante quanto às mutações deste novo coronavírus. ” O que temos de experiência em coronavírus em outras espécies, como animais domésticos, é que, ao longo do tempo, por um período mais estendido, por vezes, há mutações de vírus que conseguem suplantar[superar] os anticorpos e imunidades provenientes da vacina”.

Também em nota, a Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro destaca que, dos 180 genomas do Sars-CoV-2 cujas amostras foram estudadas pelo Laboratório Nacional de Computação Científica, em Petrópolis, 38 apresentaram mutações genéticas que indicam se tratar de uma nova linhagem.

[Esta matéria conta com informações da Agência Brasil]