Cepa identificada no Reino Unido pode ser mais transmissível que outras cepas dominantes, segundo OMS

Coronavírus | Foto: Getty Images

De acordo com pesquisadores da Dasa, empresa de medicina diagnóstica, chegou ao Brasil uma nova variante do vírus SARS-CoV-2, causador da Covid-19. A empresa já notificou a descoberta ao Instituto Adolfo Lutz e à Vigilância Sanitária. 

O estudo foi iniciado em meados de dezembro, quando o Reino Unido publicou as primeiras informações científicas sobre a variante, que se caracteriza por apresentar grande número de mutações. A principal delas, é na proteína responsável por ligar o vírus à celula que ele ataca, o que torna a variante mais infecciosa, conforme explica o virologista da Dasa, José Eduardo Levi.  

Na coleta dos pesquisadores da empresa, foram analisadas 400 amostras de saliva. Dentre elas, duas apresentaram a nova linhagem do coronavírus. A confirmação da cepa nos dois pacientes foi feita por meio de sequenciamento genético, realizado em parceria com o Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT-FMUSP).

Ester Sabino, pesquisadora do Instituto, faz um alerta para a população: “Dado seu alto poder de transmissão, esse resultado reforça a importância da quarentena, e de manter o isolamento de 10 dias, especialmente para quem estiver vindo ou acabado de chegar da Europa”.

Ainda não há dados que comprovem que a nova cepa seja mais letal que outras cepas dominantes em circulação. Contudo, a Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que, no Reino Unido, ela já representa mais de 50% dos novos casos diagnosticados.

Além do Brasil e do Reino Unido, outros países já detectaram a nova variante em suas populações, como Portugal, Canadá, Austrália e Coreia do Sul.