Pesquisa usa impressora 3D para ajudar no combate do coronavírus
30 março 2020 às 18h42

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Entre os protótipos já tem os da máscaras face shield e N95, além de válvulas para respiradores

Um grupo de pesquisadores da do Câmpus Senador Canedo do Instituto Federal de Goiás (IFG) usa impressoras 3D para a produção de utensílios médicos que podem faltar no combate à pandemia da Covid-19, doença coronavírus (Sars-Cov-2). Entre os protótipos já tem os da máscaras face shield e N95, além de válvulas para respiradores.
O grupo é formado pelos pesquisadores Luiz Eduardo Bento, Márcio Rodrigues da Cunha e Wesley Pacheco Calixto, e pretende focar na produção da máscara face shield, que é aquela que protege o rosto inteiro. Isso porque sua impressão e montagem é simples, a demanda é maior e, também, mostrou-se a mais adequada para a impressão 3D.
Os pesquisadores querem imprimir cerca de 1,5 mil máscaras, em quatro meses, e disponibilizá-las aos profissionais da saúde de Senador Canedo, principalmente. No entanto, o Câmpus possui a técnica e mão-de-obra qualificada, mas não a infraestrutura e os insumos. A Direção-Geral do Câmpus está à procura de parceiros para custear a produção.
“O material é biocompatível, e não precisa ser descartado se for devidamente higienizado. Para o profissional de saúde ajuda bastante”, acredita o professor Luiz Eduardo Bento.
“Na unidade básica de saúde realizamos o atendimento dos pacientes suspeitos de Covid-19 apenas com equipamentos de proteção individual, EPIs, básicos. Ter acesso à essa proteção facial diminuirá bastante o risco de contaminação e nos trará maior segurança no atendimento”, destaca a medida Andressa Augusta Vieira.
Apesar da face shield ser o produto principal da pesquisa, Luiz Eduardo esclarece que eles também desenvolveram protótipos da máscara N95. Os modelos dessas máscaras já existem e pertencem a empresas, que, por sua vez, estão disponibilizando-os aos pesquisadores. “Nós editamos o modelo para facilitar a impressão. São modificações leves, mas importantes, assim como aquelas que têm sido feitas por outras universidades e institutos”, explica Luiz Eduardo.
Os pesquisadores de Senador Canedo também conseguiram imprimir válvulas de bomba de oxigênio, a mesma que faltou em Brescia, na Itália. Mesmo sem o modelo, eles conseguiram digitalizaram a peça e já imprimiram duas vezes.
Luiz Eduardo explica que ainda pairam muitas dúvidas sobre a válvula impressa por eles, por exemplo, se elas são compatíveis com os respiradores utilizados no Brasil. “De todo modo, a gente imprimiu, tem meios de fazer ajustes e de imprimir novamente, caso surja uma necessidade emergencial”, ressaltou.