Um registro inusitado chamou a atenção no Vale de São Patrício. O pescador esportivo Silas Carvalho, morador de Goianésia e apaixonado pela pesca, conseguiu filmar um boto nadando no Rio das Almas. Carvalho contou que o avistamento foi em julho e que não é a primeira vez que ele vê botos na região.

Acostumado a frequentar o rio em busca de lazer e contato com a natureza, Silas se surpreendeu ao perceber o movimento nas águas até identificar o animal.

A cena rapidamente repercutiu entre amigos e moradores da região, que ficaram admirados com a presença do boto em um dos principais cursos d’água do Vale de São Patrício.

“O rio é rico, mas precisa ser preservado”

Além da surpresa com o boto, Silas compartilhou um relato sobre as condições do Rio das Almas e a importância da preservação da fauna e da flora locais. Segundo ele, o nível da água está mais baixo devido à falta de chuvas, o que dificulta a permanência de animais como o boto em alguns trechos.

“O nosso rio aqui está baixo, já faz tempo que não chove direito. Até caiu uma água esses dias, mas foi repentina, não segurou. Quando a cheia começa a baixar, o boto desce para regiões mais profundas, perto do Lago Serra da Mesa, porque aqui tem muita corredeira e ele pode acabar ficando preso”, explicou.

Silas também destacou a necessidade de conscientização dos pescadores e o combate à pesca predatória.

“Infelizmente, o Rio das Almas é muito predado. Tem rede, arpão, pinda, que são pescarias ilegais, e até quem pesca de vara muitas vezes não tem consciência, leva mais do que deveria. Se houvesse um trabalho voltado para o turismo e para a pesca esportiva, preservando os peixes, esse rio teria muito mais abundância”, afirmou.

Entre as espécies mais comuns encontradas na região, Silas cita a cachorra larga (ou pirandirá), caranha, pacu, piau, além de exemplares de jaú e barbado, que aparecem em pontos mais isolados.

O pescador acredita que a imagem do boto serve como um símbolo para lembrar a importância de proteger os rios e incentivar iniciativas sustentáveis.

“A natureza é muito rica aqui, mas precisa ser cuidada. Se houver consciência, ainda dá para recuperar muito do que foi perdido.”

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