Entenda o motivo de 25 países suspenderem envios de pacotes aos EUA após decisão de Trump
27 agosto 2025 às 09h32

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Pelo menos 25 países optaram por suspender entregas de encomendas de pequeno porte para os Estados Unidos depois que o presidente Donald Trump assinou um decreto que encerrou a isenção a produtos de baixo valor, antes mercadorias com valor igual ou inferior a 800 dólares ou 4.300 reais. A informação é da União Postal Universal (UPU), agência postal das Nações Unidas (ONU).
“Operadores postais de 25 países-membros notificaram a União Postal Universal (UPU) que suspenderam seus serviços postais de saída para os Estados Unidos devido a incertezas relacionadas aos serviços de trânsito”, afirmou a UPU em um comunicado. Bélgica, Alemanha, Espanha, França, Índia, Austrália e Nova Zelândia já anunciaram a suspensão de envios de pacotes aos EUA.
A medida começa a valer nesta sexta-feira, 29. O decreto foi assinado por Trump no mês passado e começa a valer quase dois anos antes do prazo estabelecido por um projeto de lei de cortes de impostos e gastos aprovado pelo Congresso. Na intenção de tornar os EUA menos dependente de produtos estrangeiros, o tarifaço é similar à criticada “taxa da blusinha” adotada no Brasil no ano passado.
Com isso, os pacotes estarão sujeitos às mesmas taxas alfandegárias, com exceção de envios entre particulares de um valor inferior a 100 dólares (o que equivale a 542 reais), que continuam isentos de taxas. Agora, as compras estarão sujeitas à alíquota tarifária aplicável ao país de origem, que pode variar de 10% a 50%. Essa medida foi tomada, inicialmente, no começo deste ano como parte da ofensiva à China, no entanto, foi estendida a todos os países.
Segundo a instituição da ONU, as suspensões devem continuar enquanto aguardam informações “mais detalhadas” sobre a medida de Trump.
Mencionam como problemas o curto prazo para a implementação da decisão, alertando que implicaria em “mudanças operacionais consideráveis para as operadoras postais em todo o mundo”. Para a organização, com essa medida, as transportadoras terão que cobrar antecipadamente os direitos alfandegários dos remetentes para transferir os valores ao Escritório de Aduanas e Proteção de Fronteiras dos Estados Unidos.
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