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Eles querem pegar seis meses e fazer caixa”, diz Talles sobre intenção de entrar no programa federal

Foto: Fábio Costa / Jornal Opção

A Assembleia Legislativa deve votar, na segunda-feira, 1o, o pedido de intenção do governo de entrar no Regime de Recuperação Final (RRF). Na sexta-feira, 28, à noite, Henrique Arantes (PTB) apresentou uma emenda, que reenviou o texto pra CCJ e, após relatoria contrária, pediu vistas. O líder da oposição, Talles Barreto (PSDB), afirmou que está claro que o governo sabe que o RRF é inviável. “Governo quer pegar seis meses e fazer caixa”.

Esta afirmativa de Talles está relacionada ao fato de que, com a intenção de entrar no regime aprovada, conforme liminar do ministro Gilmar Mendes, Goiás poderá ficar seis meses sem pagar as dívidas com os bancos federais. “Ministro Gilmar Mendes deu um presente”, emendou Barreto.

Ainda conforme o tucano, ao fim de seis meses o governo dirá que não quer entrar no regime. “É impossível entrar no RRF. Rio Grande do Sul e Minas Gerais que estão em situação tentam há dois anos e não conseguem”, exemplificou. “Gilmar Mendes deu seis meses para a gente [Assembleia] privatizar, mudar regime de servidor, etc. Não consegue”.

Economia

Segundo Talles, a economia mensal por não pagar a dívida, se a Assembleia passar o pedido de intenção, será de R$ 110 milhões. “São seis meses para ter estrutura de caixa. Por um lado é positivo, pois vai ter dinheiro para pagar dezembro e outras contas, mas esse pedido é falho, sabendo que não vai ser adequado”, apontou.

O deputado estadual manifestou preocupação ao dizer que, na verdade, se trata de um calote, que irá manchar a imagem de Goiás junto aos bancos e Tesouro Nacional. “O RRF só atingiu o Rio de Janeiro, porque estava no fundo do poço. Goiás está muito distante. É manobra do governo”.

Por isso, inclusive, Talles afirma que não pode votar em um projeto que não é verdadeiro. “Para sair da crise é preciso trabalhar e parar de olhar para trás”, finalizou.