O governo Lula (PT) deve mudar o foco e usar a taxação dos mais ricos, o fim da jornada 6×1 e o combate aos super salários no funcionalismo público para recuperar a popularidade. A ideia é reforçar um caráter antissistema para colher dividendos eleitorais.

Pressionado, o Planalto busca resgatar um velho discurso da esquerda de enfrentamento dos privilégios e usá-lo para fazer embate político. Avaliação do governo aponta que o bolsonarismo empurrou para a esquerda o peso da defesa da institucionalidade. Segundo integrantes do governo, o discurso a favor da preservação da democracia não tem apelo para mobilizar eleitores.

“O Lula sempre foi um presidente que olhou para o povo trabalhador, o povo mais pobre. Estamos dando um passo além nessa agenda nossa, que é falar dessa profunda desigualdade tributária, em que os ricos praticamente não pagam impostos enquanto a classe média e os pobres estão atolados. Chegou a hora de ter nitidez política. Estou convencido de que para este período agora, que antecipa o processo eleitoral, essa é a posição do presidente Lula e a posição que nós vamos assumir”, disse o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias.

Aliados do governo avaliam que taxar os mais ricos é uma iniciativa que tem mais adesão da sociedade do que a própria isenção de imposto de renda para os mais pobres. Pesquisa Datafolha divulgada em abril aponta que 76% dos brasileiros são a favor de cobrar mais imposto de renda para quem ganha acima de R$ 50 mil por mês.

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