Para Elias Vaz, PSB precisa fechar aliança com Lula no 1º turno

16 fevereiro 2022 às 07h10

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Presidente do PSB em Goiás, Elias Vaz, defende que as esquerdas se unem para “derrotar Bolsonaro”

PT e PSB firmaram aliança em São Paulo – maior colégio eleitoral do país. O ex-governador paulista e pré-candidato ao governo, Márcio França (PSB), reafirmou, na segunda-feira, 14, a união entre os dois partidos. De acordo com ele, haverá uma candidatura única na disputa no Estado. Embora as duas legendas não formem uma federação no plano nacional. Agora, o desafio é atrair o Psol, que já lançou a pré-candidatura de Guilherme Boulos ao Palácio dos Bandeirantes. Neste cenário, o deputado federal e presidente do PSB em Goiás, Elias Vaz, defende que as esquerdas se unem para “derrotar Bolsonaro”.
“Derrotar o Bolsonaro hoje significa derrotar as forças reacionárias no nosso país. É fundamental que as forças progressistas compreendam a importância da unidade desse momento”, justifica Elias Vaz, que defende que, dentro do campo da esquerda , é preciso reunir todas as forças contra o governo de Jair Bolsonaro (PL). Para o parlamentar, o único com as melhores condições de derrotar Bolsonaro é Lula (PT). “Daí que eu coloco a importância de unirmos as forças progressistas, no sentido de apoiar a candidatura de Lula”, afirma.
Apesar de haver divergências entre o PSB e PT, Vaz vê como tendência que a maioria, dirigentes militantes, apoie o petista nas próximas eleições. O político goiano entende que Bolsonaro vem atacando dois setores importantes da sociedade. Por um lado, o setor econômico e, por outro, o democratico. “Evidentemente, que Bolsonaro governa para os ricos, para as elites. E no outro campo, ataca a democracia”. Ele frisa que embora haja divergências, em relação, por exemplo, à condução da economia, há o campo político, onde se respeita a democracia. Por isso, os partidos buscam unir todos os setores democráticos em torno do projeto nacional conduzido por Lula.
No país
Com a aliança em São Paulo, as negociações entre as duas legendas devem avançar nacionalmente. No último domingo, 13, França reuniu-se com o ex-governador Geraldo Alckmin (sem partido). Ele deve se filiar ao PSB em março e ser confirmado vice na chapa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na disputa ao Palácio do Planalto. Antes, na sexta-feira, 11, Lula, Alckmin e o ex-prefeito Fernando Haddad (pré-candidato petista ao governo de São Paulo) jantaram na capital paulista para definir os acordos estadual e nacional. Após os encontros, França disse à rádio CBN local que empenhava por uma candidatura única e união entre PT e PSB. “Trabalho para uma candidatura única; é o ideal”, afirmou o ex-governador. Já como consolo para Boulos, o PT ofereceu apoio a candidatura dele para disputar a prefeito de São Paulo em 2024. E, nesta eleição, os petistas prometeram ajudá-lo a conquistar uma cadeira na Câmara dos Deputados.
Marcio França destaca que o acordo de uma candidatura única para o Estado de São Paulo ocorreu em 20 de dezembro. Isto, um dia depois do jantar promovido pelo grupo Prerrogativas – formado por juristias – que promoveu o primeiro encontro público entre Lula e Alckmin. Segundo o socialista, o acerto foi feito entre a presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann; Lula; Haddad; o presidente nacional do PSB, Carlos Siqueira; o governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB); e o prefeito do Recife, João Campos (PSB). Na ocasião, os dirigentes teriam combinado que onde o PSB fosse governo, deveria receber o apoio do PT. Dentre esses estados estão: Pernambuco, Espírito Santo e Maranhão. Por outro lado, o PSB deveria apoiar o PT na Bahia, Rio Grande do Norte e Piauí. Estados comandados pelos petistas. Já nos demais Estados, como São Paulo, prevalecerá o acordo baseado em pesquisas eleitorais. “É uma coisa justa porque coloca todo mundo em condição de igualdade”, justificou França, durante entrevista à BandNews TV.
Em São Paulo, o ex-governador defende que os dois partidos realizem pesquisas internas, nos meses de maio e junho. O intuito é definir qual candidato tem melhores condições eleitorais para a disputa. No entanto, o levantamento mais recente do Instituto Datafolha, do mês de dezembro do ano passado, Haddad aparece liderando as intenções de votos. E Lula e o PT já declararam que não vão recuar da pré-candidatura petista no Estado. Diante do cenário, França tenta atrair Boulos para a disputa paulista. O ex-governador calcula, que junto com Haddad e Boulos, eles seriam imbatíveis.