Zander Fábio afirma que Palácio deverá funcionar dentro de 40 dias depois da entrega do prédio da antiga sede da Alego

Após anos de dúvidas sobre qual seria o destino da antiga sede da Assembleia Legislativa do Estado de Goiás (Alego), localizada no Bosque dos Buritis, após a transferência da Casa Legislativa ao prédio do Park Lozandes – que ainda não foi finalizada -, o prefeito de Goiânia, Rogério Cruz (Republicanos), nesta terça-feira, 15, a criação do Palácio de Cultura. A área vinha sendo disputada por diversos outros órgãos, como o Tribunal de Contas dos Municípios (TCM-GO), a Secretaria de Finanças de Goiânia (Sefin), a Agência Municipal do Meio Ambiente (AMMA) e a Câmara Municipal de Goiânia, para que o local pudesse servir como um “anexo” da Casa.

Toda essa disputa começou, porque em 2013, a Prefeitura de Goiânia e a Alego fizeram uma permuta entre o prédio que ocupava o espaço legislativo do Estado de Goiás e um terreno no Park Lozandes – onde foi construída a atual sede da Alego. Dessa forma, a antiga sede da Alego se tornou de propriedade da Prefeitura. Segundo Cruz, a decisão em dedicar o espaço para a arte se dá, principalmente, pela economia que o Paço terá com aluguéis que hoje em dia são pagos para a área cultural, avaliados na média de R$ 150 mil mensais.

Ao Jornal Opção, o secretário de Cultura de Goiânia, Zander Fábio, explica que o Palácio Cultural terá várias funções, dentre elas, a sede da Secretaria de Cultura da capital. A ideia é que o Palácio Cultural seja movimentado todos os dias do ano, com apresentações culturais, nas áreas interna e externa, exposições permanentes e com aulas. Segundo Zander, a inauguração do Palácio da Cultura depende da entrega do imóvel para a Prefeitura de Goiânia, no entanto, pode estar próxima. “De acordo com o próprio prefeito, a entrega deverá ocorrer em abril e cerca de 30 ou 40 dias depois nós já teremos condições de funcionar plenamente”, afirma. 

Entenda a divisão do espaço do Palácio da Cultura

O secretário de cultura explica que, no local, os espaços já disponíveis serão reorganizados. Também localizados no Bosque dos Buritis, o Centro Livre de Artes (CLA), o qual oferece cursos de canto, música, piano, teatro, pintura e outras formas de manifestações artísticas, e o Museu de Artes de Goiânia (MAG), serão transferidos para o novo prédio. Devem haver ainda algumas reformas para adaptação. Para isso, será montado um grupo de trabalho, que tem a primeira reunião já agendada para a próxima segunda-feira, 21, juntamente com a secretária de Relações Institucionais, Valéria Peterson, engenheiros e arquitetos para conseguirem traçar planos. O secretário diz também que haverá uma audiência com o presidente da Alego, deputado Lissauer Vieira (PSB) para que a entrega do prédio ocorra com algumas reformas.

De antemão, o que já está acertado, é que o atual plenário da Casa será destinado para ensaios e apresentações da Orquestra Sinfônica de Goiânia. Já as salas de gabinetes serão usadas para as aulas do CLA e para outras instituições de ensino de artes, como o Coró de Pau, o Gustavo Ritter e o Basileu França. Isso, porque todas essas instituições terão espaço no Palácio da Cultura, de acordo com o secretário, com o “objetivo de movimentar a cena cultural da capital”. Sobre se a atual sede da Secult, localizada no Parque Ateneu, o CLA e o MAG – que serão fechados -, Zander disse que precisa esperar as decisões do prefeito. Ele ainda pontua que pode ser que esses espaços sejam doados para alguma secretaria que esteja pagando aluguel, por exemplo.

Plenário da Assembleia Legislativa de Goiás | Foto: Marcos Kennedy/Alego

Outra novidade prometida é a transformação do auditório da Alego em um teatro, pois já existem instalações acústicas no local e também em um cinema. Além disso, o local poderá ser utilizado para artistas amadores ou que não possuem um espaço para ensaiar suas peças. Zander explica que outra ideia é transformar o local onde havia uma agência bancária, em uma sala de exposições e oficinas de aprendizado. “Temos muitas ideias pra poder aplicar ali, ali tem muito espaço”, diz o secretário de Cultura.

Além de exposições de arte itinerante, que acontecem de tempos em tempos, Zander explica que o MAG funcionará permanentemente com suas exposições e que o público pode esperar “apresentações nas áreas internas e externas da Orquestra Sinfônica, do Coro Sinfônico de Goiânia, o qual faz parte da Orquestra e também dos formandos do CLA.

Unir o útil ao agradável

O prefeito de Goiânia havia dito que o fator que mais pesou para a decisão de transformação do espaço no Palácio da Cultura foi o econômico. Ao ser questionado sobre o assunto, o secretário de Cultura afirma que “será economizado cerca de trezentos mil reais, investidos em aluguéis, condomínios, gastos com energia e água”. Segundo Zander, só com a atual dependência da Orquestra Sinfônica, localizada no Edifício Parthenon, no Centro de Goiânia, são gastos “quase R$ 150 mil. Mas com toda a cultura, é uma economia de quase R$ 300 mil”. Os outros polos culturais, como a Casa de Vidro (Jd. Goiás) e o Grande Hotel (Centro), continuarão sob responsabilidade da secretaria, pois as destinações já são culturais.