Pablo Neruda foi envenenado, concluem cientistas; portanto, teria sido assassinado

15 fevereiro 2023 às 08h20

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O poeta chileno Pablo Neruda não morreu de câncer de próstata, como se acreditava inicialmente. Um grupo de cientistas internacionais concluiu que o Prêmio Nobel de Literatura morreu envenenado com a bactéria Clostridium bolutlinum. A toxina teria sido injetada no mais famoso bardo do Chile.
Pablo Neruda faleceu — assassinado, se os cientistas estiveram certos — em 23 de setembro de 1973, na Clínica Santa Maria, em Santiago do Chile, logo após o general Augusto Pinochet assumir o governo por meio de um golpe de Estado. Ou seja, sua morte se deu 12 dias depois de o cruento ditador chegar ao poder.

De acordo com a agência EFE, Rodolfo Reyes, sobrinho do poeta, um painel internacional de cientistas, baseado em exames feitos em laboratórios da Dinamarca e do Chile, concluiu que ele foi envenenado. A juíza Paola Paza receberá o relatório nesta quarta-feira, 15.
“Posso dizer por que vi os relatórios. Digo isso, como advogado e sobrinho, com muita responsabilidade. A juíza ainda não pode comentar nada, porque não tem todas as informações”, afirma Rodolfo Reyes.
“É o que esperávamos, porque o painel de 2017 [o segundo] já tinha encontrado Clostridium botulinum [nos restos do poeta]. Mas não sabia se era endógeno ou exógeno, ou seja, se era interno ou externo. E agora comprovamos que era endógeno e que foi injetado”, diz Rodolfo Reys.
Com base nas novas provas, a juíza Paola Plaza vai decidir se há motivo para a abertura de um processo judicial para verificar a possível intervenção de terceiros na morte de Pablo Neruda.