“Os que saíram às ruas pedindo ‘Fora, Dilma’ já pensam em pedir ‘Volta, Lula'”, diz petista
06 novembro 2016 às 17h43

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Deputado estadual Luis Cesar Bueno destacou insatisfação com governo de Michel Temer (PMDB) e afirmou que ex-presidente é candidato natural do partido em 2018
Em entrevista ao Jornal Opção, o deputado estadual Luis Cesar Bueno (PT) criticou o governo de Michel Temer (PMDB), que assumiu após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), e afirmou que os eram à favor da saída da ex-presidente já estão mudando de opinião. “Os que saíram às ruas pedindo ‘Fora, Dilma’ estão pensando em pedir ‘Volta, Lula'”, declarou ele.
Segundo o petista, a insatisfação com o governo do PMDB é grande e os motivos, muitos: “O governo até hoje não conseguiu dar partida. Pegou um caixa com saldo de R$ 24 bilhões positivo e agora já está em R$ 174 bilhões negativos, aumentou a taxa de juros do cheque especial, do empréstimo consignado para pessoa física”. “A tendência da carga tributária é crescer, acabando com todas as desoneraçõe que ajudariam o setor industrial e produtivo, fim do Enem, do Prouni, 4 milhões de novos desempregados”, enumera ele.
“É um governo fascista, de extrema direita. Quando eu vi o Congresso ser cercado por 20 viaturas para cumprir uma liminar de primeira instância, eu pensei: ‘Essa operação é para colocar o poder legislativo debaixo do chinelo e criar um governo de exceção”, disse ele, se referindo à Operação Métis, que prendeu policiais legislativos sob suspeita de atrapalhar a Operação Lava Jato.
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Ele acredita que Temer pode inclusive tentar estender sua estada no Palácio do Planalto: “E olha lá se não aparecer uma emenda constitucional para prorrogar o mandato do Temer sem eleição, dizendo que pegaram o governo do PT todo arrebentado”.
Eleições 2016
Questionado sobre sua opinião quanto aos resultados do PT nas últimas eleições e o sentimento de rejeição em relação à legenda, Luis Cesar julgou haver injustiça. “É uma posição extremamente injusta com o partido. O resultado eleitoral não reflete os resultados sociais que o PT conseguiu, não apenas para Goiânia, mas para todo o Brasil”, opinou.
“O combate ao PT não é o combate à corrupção, há uma campanha de ódio contra o partido, há uma mídia que trabalha insistentemente para varrer o PT do Brasil, que não aceita as políticas de inclusão social que foram implantadas pelo PT”, defendeu ele. “Hoje, o candidato pode ser corrupto, facista, má-gestor, mas não pode ser do PT. É uma campanha de ódio disseminada na população por grupos fascistas, fundamentalistas e que não defendem a democracia.”
De qualquer maneira, ressalta ele, o partido já se movimenta para definir novos rumos e estratégias. Ele informou que, nas próximas quinta e sexta-feira (10 e 11/11), o PT deve realizar uma reunião da direção nacional para avaliar o processo eleitoral e definir alguns rumos, inclusive a tática para a disputa presidencial em 2018.
Na opinião de Luis Cesar, o candidato natural do partido é mesmo o ex-presidente Lula (PT): “Lula lidera todas as pesquisas hoje no Brasil, no primeiro e no segundo turno”. Sobre a possibilidade de Lula ser preso na Operação Lava Jato antes da disputa, Luis Cesar é cético: “Ele é objeto de uma investigação com um triplex e um sitio que não são dele. Em todas as eleições o Lula foi muito investigado”.
“Não é a primeira vez que o Lula vai preso para defender a democracia, que ousem prendê-lo”, desafiou ele. Por fim, o deputado também destacou os índices de abstenção nas eleições, que para ele mostram um grande potencial de obtenção de votos. “Existe um ideal popular pela mudança e a renovação e resta uma pergunta: os que não votaram ou anularam, como vão ficar em 2018? É um eleitor a ser conquistado”, finalizou.