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Em Washington, o governo brasileiro conta com aliados discretos que, em conversas reservadas, admitem surpresa com a ofensiva de Donald Trump contra o Brasil. Nos corredores do FMI, Banco Mundial e BID, é comum ouvir palavras de solidariedade. A expressão “America Alone” já ecoa mais que o antigo bordão “America First”.

O secretário do Tesouro, Scott Bessent, cancelou de última hora um encontro com Fernando Haddad. Em discurso recente, afirmou que “America First” não significa isolamento, mas sim cooperação e respeito mútuo. Entre diplomatas, é considerado o adulto na sala, embora escolha com cuidado as disputas que compra.

A Secretaria do Tesouro não lidera a resistência ao Brasil, mas cumpre ordens da Casa Branca. O mesmo ocorre com Howard Lutnick, secretário de Comércio, conhecido por alterar acordos na última hora. Foi assim com a Indonésia, que deixou negociações satisfeita e terminou frustrada com o resultado final.

Apesar de já terem se reunido com autoridades brasileiras, Bessent e Lutnick hoje seguem a determinação de congelar contatos com o Brasil. No Departamento de Estado, a chamada “turma da Flórida” concentra a resistência, tentando agradar Trump. O secretário Marco Rubio segue de forma disciplinada às ordens e recebeu Mauro Vieira, mas não está entre os mais agressivos.

Essa função cabe à tropa de choque formada por figuras como Christopher Landau, secretário adjunto do Departamento de Estado e veterano em assuntos latino-americanos.

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