Oposição avalia entraves e possibilidades de convergência nas eleições em Goiânia
29 agosto 2020 às 17h05

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Ante a dificuldade histórica de vencer as eleições em Goiânia, pré-candidatos avaliam o cenário. Mas admitem que é preciso muito diálogo para convergir em um único nome
***Por Mirelle Irene e Eduardo Pinheiro

Com a desistência [pelo menos por enquanto] de Iris Rezende (MDB) à reeleição para prefeito de Goiânia, as possibilidades se abrem para novos nomes. Sobretudo para as candidaturas da oposição. No entanto, esbarram na dificuldade histórica de união na capital. O Jornal Opção falou com alguns pré-candidatos sobre a possibilidade de convergência política.
Goiânia é comandada pelo grupo político do emedebista, ou aliados, há praticamente quase duas décadas. É possível que o eleitor busque, com o vácuo deixado por Iris, novos nomes ou mudar o modelo de gestão da capital. As eleições de 2018 mostraram que essa busca é real e emergente. Neste sentido, candidatos de oposição podem ter vantagem.
Dra. Cristina (PL) reforça que é pré-candidata, mas nunca descartou o diálogo com outros representantes da oposição goianiense. Ela diz que dialoga com vários partidos e, sobretudo, com as mulheres candidatas, por acreditar que é um momento de unidade.
“É preciso ver a maturidade para construir um projeto bom para a cidade. No 2º turno é natural [a união], a grandiosidade do projeto seria essa unidade em um 1º turno”, aponta.
Elias Vaz (PSB) salienta que dentro do grupo há pulverização de pessoas que pensam igual, o que faz com que não se atinja o percentual capaz de seguir ao 2º turno. Assim, ele busca discutir com outros pré-candidatos da oposição para que haja fortalecimento de uma única candidatura com maiores chances.
“Discutimos isso, mas, claro, com respeito ao direito de cada partido poder lançar sua candidatura. É importante reunir um grupo de candidaturas e fortalecer apenas uma, com grande potencial de ir ao 2º turno e, com isso, sair vitoriosa.
2º Turno
O deputado federal Francisco Jr (PSD) avalia que, diante da nova regra eleitoral, em que as coligações para os cargos proporcionais (vereadores), no caso das eleições municipais, ficaram proibidas, os partidos têm interesse de lançar candidato próprio majoritário.
No entanto, ele salienta que o afunilamento é mais desejável. O parlamentar diz que as coligações eram feitas por tempo de TV, maior número de puxadores de voto e exército da campanha. No entanto, tanto as mudanças na lei, como a pandemia de Covid-19, impedem esses três aspectos.
“É muito importante termos diálogo. Mas, mais que postura de oposição, temos que ter a mesma mentalidade de gestão, que é o que temos para mostrar. No fim não acredito que será toda essa quantidade de candidato. É natural que haja uma convergência e afunilamento. Se não me engano são 20 [pré-candidatos]”, diz.
O deputado estadual Talles Barreto (PSDB) acredita que no 1º turno todos os candidatos têm direito de apresentar o projeto para a capital. Ele cita o legado tucano em Goiás e em Goiânia, do ex-governador Marconi Perillo e do ex-prefeito Nion Albernaz, respectivamente, com obras e serviços deixados por ambos como justificativa para uma candidatura própria.
“Temos muita coisa nova para apresentar e acho que o 1º turno é para isso. Evidentemente o partido com maior empatia e vice-versa pode se unir. Mas esse novo modelo, que impossibilita a coligação, faz com que todos os partidos lancem candidatos. Já no 2º turno podemos ver as uniões a serem feitas com quem temos maior afinidade”, avalia.