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A Polícia Civil do Rio de Janeiro divulgou uma lista parcial com 99 nomes identificados entre as vítimas da megaoperação conhecida como Operação Contenção, realizada na terça-feira, 28.

Segundo dados oficiais, a ação terminou com 121 mortos e 113 detidos, e mobilizou cerca de 2,5 mil agentes, uma das operações mais letais já registradas no país. Abaixo, os nomes divulgados pela Polícia Civil (lista parcial):

  1. Adailton Bruno Schmitz da Silva
  2. Adan Pablo Alves de Oliveira
  3. Aleilson da Cunha Luz Junior
  4. Alessandro Alves de Souza
  5. Alessandro Alves Silva
  6. Alexsandro Bessa dos Santos
  7. Alisom Lemos Rocha
  8. Anderson da Silva Severo
  9. André Luiz Ferreira Mendes Junior
  10. Arlen João de Almeida
  11. Brendon César da Silva Souza
  12. Bruno Correa da Costa
  13. Carlos Eduardo Santos Felício
  14. Carlos Henrique Castro Soares da Silva
  15. Cauãn Fernandes do Carmo Soares
  16. Célio Guimarães Júnior
  17. Claudinei Santos Fernandes
  18. Cleideson Silva da Cunha
  19. Cleiton Cesar Dias Mello
  20. Cleiton da Silva
  21. Cleiton Souza da Silva
  22. Cleys Bandeira da Silva
  23. Danilo Ferreira do Amor Divino
  24. Diego dos Santos Muniz
  25. Diogo Garcez Santos Silva
  26. Douglas Conceição de Souza
  27. Eder Alves de Souza
  28. Edione dos Santos Dias
  29. Edson de Magalhães Pinto
  30. Emerson Pereira Solidade
  31. Evandro da Silva Machado
  32. Fabian Alves Martins
  33. Fabiano Martins Amancio
  34. Fabio Francisco Santana Sales
  35. Fabricio dos Santos da Silva
  36. Felipe da Silva
  37. Fernando Henrique dos Santos
  38. Francisco Myller Moreira da Cunha
  39. Francisco Nataniel Alves Gonçalves
  40. Francisco Teixeira Parente
  41. Gabriel Lemos Vasconcelos
  42. Gustavo Souza de Oliveira
  43. Hercules Salles de Lima
  44. Hito José Pereira Bastos
  45. Jean Alex Santos Campos
  46. Jeanderson Bismarque Soares de Almeida
  47. Jonas de Azeredo Vieira
  48. Jônatas Ferreira Santos
  49. Jonatha Daniel Barros da Silva
  50. José Paulo Nascimento Fernandes
  51. Josigledson de Freitas Silva
  52. Juan Marciel Pinho de Souza
  53. Kauã de Souza Rodrigues da Silva
  54. Kauã Teixeira dos Santos
  55. Kleber Izaias dos Santos
  56. Leonardo Fernandes da Rocha
  57. Luan Carlos Dias Pastana
  58. Luan Carlos Marcolino de Alcântara
  59. Lucas da Silva Lima
  60. Lucas Guedes Marques
  61. Luciano Ramos Silva
  62. Luiz Carlos de Jesus Andrade
  63. Luiz Claudio da Silva Santos
  64. Luiz Eduardo da Silva Mattos
  65. Maicon Pyterson da Silva
  66. Maicon Thomaz Vilela da Silva
  67. Marcio da Silva de Jesus
  68. Marcos Adriano Azevedo de Almeida
  69. Marcos Antonio Silva Junior
  70. Marcos Vinicius da Silva Lima
  71. Marllon de Melo Felisberto
  72. Maxwel Araújo Zacarias
  73. Michael Douglas Rodrigues Fernandes
  74. Michel Mendes Peçanha
  75. Nailson Miranda da Silva
  76. Nelson Soares dos Reis Campos
  77. Rafael Correa da Costa
  78. Rafael de Moraes Silva
  79. Ricardo Aquino dos Santos
  80. Richard Souza dos Santos
  81. Rodolfo Pantoja da Silva
  82. Ronald Oliveira Ricardo
  83. Ronaldo Julião da Silva
  84. Tiago Neves Reis
  85. Vanderley Silva Borges
  86. Victor Hugo Rangel de Oliveira
  87. Vitor Ednilson Martins Maia
  88. Wagner Nunes Santana
  89. Waldemar Ribeiro Saraiva
  90. Wallace Barata Pimentel
  91. Wellington Brito dos Santos
  92. Wellinson de Sena dos Santos
  93. Wendel Francisco dos Santos
  94. Wesley Martins e Silva
  95. Willian Botelho de Freitas Borges
  96. Yago Ravel Rodrigues Rosário
  97. Yan dos Santos Fernandes
  98. Yure Carlos Mothé Sobral Palomo
  99. Yuri dos Santos Barreto

Segundo a Polícia Civil, entre os identificados, 42 tinham mandados de prisão pendentes e 78 apresentavam histórico criminal considerado “relevante”. Ainda restam corpos a identificar.

Levantamento do instituto AtlasIntel realizado entre 29 e 30 de outubro indica que a operação conta com apoio da maioria dos brasileiros (cerca de 55%), com aprovação ainda maior no Rio de Janeiro (aprox. 62%) e entre moradores de favelas cariocas (percentual reportado acima de 80% em alguns recortes).

Vítimas policiais

Entre os 121 mortos, quatro eram policiais, identidades já divulgadas pelas autoridades:

  • Marcus Vinícius Cardoso de Carvalho, 51 anos, comissário da 53ª DP (Mesquita)
  • Rodrigo Velloso Cabral, 34 anos, da 39ª DP (Pavuna)
  • Cleiton Serafim Gonçalves, 42 anos, 3º sargento do BOPE
  • Heber Carvalho da Fonseca, 39 anos, 3º sargento do BOPE.

A operação tinha como um dos objetivos capturar líderes ligados ao Comando Vermelho, entre eles Edgard Alves de Andrade (conhecido como Doca), que seguiu foragido após a ação, segundo as autoridades.

A denúncia do Ministério Público que serviu de base à operação foi consultada por veículos e, conforme relatos, nenhum dos 99 identificados aparece na denúncia, fato que levantou questionamentos sobre a seleção dos alvos.

Como foi a operação

As forças estaduais mobilizaram aproximadamente 2,5 mil agentes para cumprir centenas de mandados de busca e prisão em áreas como os Complexos do Alemão e da Penha.

Organizações de direitos humanos e o Alto Comissariado da ONU criticaram o elevado número de mortos e classificaram a ação como desproporcional; defensores da operação apontam que a medida foi necessária para enfrentar o avanço de grupos armados.

O governo do RJ ainda não publicou a lista nominal das pessoas presas durante a operação. Dezenas de corpos ainda aguardam identificação pericial. Ainda não esclarecido também por que nenhum dos 99 identificados constava na denúncia usada como base da operação.

Críticas da ONU

O Alto Comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos, Volker Turk, pediu uma “reforma abrangente dos métodos de policiamento no Brasil”. Turk afirmou que compreende plenamente “os desafios de lidar com grupos criminosos violentos e organizados como o Comando Vermelho”.

No entanto, ele afirmou que “a longa lista de operações que resultam em muitas mortes, que afetam desproporcionalmente pessoas negras, levanta questões sobre a forma como essas incursões são conduzidas”.

Estima-se que 5 mil pessoas negras sejam mortas pela polícia a cada ano. Jovens negros que vivem em áreas empobrecidas são as principais vítimas.

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