A conversa de 30 minutos entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nesta segunda-feira, 6, foi classificada como “muito positiva” pelo vice-presidente Geraldo Alckmin. Segundo ele, o diálogo, centrado em economia e comércio, abriu espaço para avanços na relação bilateral e possíveis desdobramentos em temas sensíveis, como as tarifas sobre produtos brasileiros e as sanções impostas a autoridades do país.

“Estamos muito otimistas que a gente vai avançar. O presidente Lula destacou a disposição do Brasil para o diálogo e para a negociação”, afirmou Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

De acordo com o vice-presidente, a avaliação interna do governo foi de que a conversa “foi melhor até do que esperávamos”. Lula e Trump trocaram números de telefone pessoais e o americano designou o secretário de Estado, Marco Rubio, como interlocutor direto com o governo brasileiro.

Alckmin explicou que o diálogo deve render novos passos, especialmente no campo comercial. “Nós estamos muito otimistas que vamos avançar para o ganha-ganha, nessa relação com investimentos recíprocos e equacionamento da questão tarifária”, afirmou, ao ser questionado sobre as tarifas impostas pelos EUA sobre exportações do Brasil. O ministro ponderou, no entanto, que é necessário “aguardar” os próximos movimentos diplomáticos.

Conversa focada em economia e comércio

Trump também comentou a ligação em sua rede Truth Social, descrevendo o contato com Lula como “muito bom” e destacando que o foco principal foi a economia e o comércio bilateral. “Nesta manhã, eu tive uma conversa telefônica muito boa com o presidente Lula, do Brasil. Discutimos muitas coisas, mas a conversa foi principalmente focada em economia e comércio entre os dois países. Vamos ter mais discussões no futuro, e vamos nos reunir em um futuro próximo, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos. Eu gostei da ligação — nossos países vão se dar muito bem juntos!”, escreveu o republicano.

A ligação partiu da Casa Branca e ocorreu 13 dias depois do encontro entre os dois presidentes na Assembleia Geral da ONU, em Nova York, onde, segundo relatos, houve “boa química” entre ambos. O contato foi articulado no fim de semana por assessores dos dois governos.

Lula pede revisão de tarifas e sanções

Segundo o Palácio do Planalto, Lula pediu a Trump a revogação das tarifas de até 40% aplicadas sobre produtos brasileiros, além de solicitar a revisão de sanções contra autoridades nacionais, como as previstas na Lei Magnitsky. Embora não tenha mencionado diretamente o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal — alvo de medidas restritivas impostas por Washington —, o presidente brasileiro teria sinalizado que o tema abrange também o magistrado.

“O presidente Lula descreveu o contato como uma oportunidade para a restauração das relações amigáveis de 201 anos entre as duas maiores democracias do Ocidente. Recordou que o Brasil é um dos três países do G20 com quem os Estados Unidos mantêm superávit na balança de bens e serviços”, informou o Planalto em nota.

Ainda de acordo com o governo brasileiro, os dois líderes concordaram em manter o canal de diálogo aberto e planejam um encontro presencial “em um futuro não muito distante”, possivelmente durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean), em Kuala Lumpur, na Malásia, marcada para o dia 24 de outubro.

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