“O PT já foi, agora eles encontraram alguém com coragem de encará-los”, diz Ciro Gomes ao El País
07 janeiro 2019 às 10h20

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Pedetista demonstra que quer se tornar líder da oposição ao governo

Em entrevista ao jornal El País, o ex-presidenciável Ciro Gomes (PDT) fez críticas a Jair Bolsonaro (PSL) e se colocou como nova voz da oposição no Brasil, em ritmo pós PT. Quanto ao presidente, disse que seu antipetismo é superficial.
Apesar disso, o pedetista afirma que vai esperar 100 dias para começar a cobrar. “Eu quero dar um tempo. Não quero ser um trombeteiro que nem um petista raivoso, que é o tipo mais parecido com um bolsominion“, justificou.
Segundo ele, quer deixar o presidente tomar pé das coisas. “Porque foi este o papel que a nação deu a mim. O papel da oposição é estimular Bolsonaro ao jogo democrático, obrigá-lo a seguir a institucionalidade democrática”, explicou.
Embora se coloque como pós PT, Ciro não descarta a possibilidade de aceitar o partido como aliado contra medidas do novo governo. “Nosso inimigo não é o PT. (…) Não quer dizer que a gente abandone o Lula. A questão central do país não pode ser identitarista ou o salve Lula. Enquanto a agenda for esta, estamos fazendo exatamente o que o Bolsonaro quer que a gente faça”, analisou.
Ainda em relação ao partido, o pedetista, que já foi ministro no governo de Lula, disse que não vota com eles mais e nem faz campanha. “De lá para cá eles se corromperam. Essa é a triste, dura e sofrida realidade. Apodreceram. Tomaram gosto pelas benesses do poder”, afirmou.