“O alerta serve para prevenção, não para garantir que algo vai acontecer”, afirma André Amorim sobre sinal sonoro da Defesa Civil
João Paulo Alexandre
06 dezembro 2025 às 18h31
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Goiânia tinha previsão de chover 60 mm/no dia, mas, neste sábado, 6, algumas regiões da cidade receberem volumes muito maiores. Mas o alerta laranja, que serve avisar à população sobre o risco de tempestades, com a possibilidade de rajadas de vento, estava sendo anunciado desde o início da semana. O gerente o Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas do Estado de Goiás (Cimehgo), André Amorim, reforça que as ferramentas estão se adequando para cada realidade, mas que cabe uma conscientização da população para evitar transitar em pontos considerados áreas de risco quando começa um temporal.
Existe uma ideia equivocada de que, se às vezes o alerta não se confirma, então ele não funciona. Mas a previsão do tempo é isso: previsão, não certeza. O alerta serve para prevenção, não para garantir que algo vai acontecer. É igual eu dizer: ‘a avenida 24 de outubro é perigosa. Não use cordão de ouro.’ Você pode passar várias vezes sem ser roubado, mas o risco existe. As pessoas não entendem isso, pontua.
André explica ainda que o alerta tem ganhado cada vez mais robustez, com aquisições de novos pluviômetros para conseguir medir o volume da chuva em tempo real. Somente em Goiânia, 25 novos aparelhos foram instalados em vários setores e a previsão é que cada município receba um aparelho desse. André afirma que os alertas sonoros para avisar sobre as situações de risco vão continuar.
“É a forma mais rápida de alcançarmos toda a população. Mas precisamos mudar a cultura das pessoas. Elas não entendem o que é “risco potencial”. Em outros países, quando há alerta, as pessoas se recolhem e redobram cuidados. Aqui, não”, conta.
Medidas
O alerta disparado para a população neste sábado destacou dois prontos críticos na cidade: Marginal Botafogo e Rua 87. Como medida de prevenção, elas foram fechadas pela Secretaria Municipal de Engenharia de Trânsito (SET). Mas ainda teve um registro de pessoa ilhada na Marginal.
André explica que as pessoas precisam levar os alertas mais a sério para evitar que problemas venham acontecer. “Começou a chover forte? Procure outro caminho ou espere em local seguro. Estamos no período chuvoso, e ele tem riscos. As pessoas precisam entender isso. A chuva não começa do nada: hoje, por exemplo, choveu de manhã, à tarde emitimos alerta, e o ciclo continuou. O cinto de segurança é para prevenção, não porque você vai bater o carro. Da mesma forma, o alerta é para você se cuidar — não porque vai acontecer um desastre, mas porque pode acontecer.
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) informou que, até o momento, houve o registro de uma árvore caída na capital. Além disso, disse que “as equipes atuam na remoção de árvore caída e na raspagem de lama e cascalho, com retirada de resíduos arrastados pela chuva. As frentes de trabalho estão distribuídas em diferentes bairros, com prioridade para o Setor Pedro Ludovico; a Avenida Marginal Botafogo, no Jardim Goiás e a Avenida 87, no Setor Sul. As equipes permanecerão nas vias até a normalização da circulação e da segurança viária.”
Previsão
O alerta laranja segue neste domingo, 7, devido a formação da Zona de Convergência do Atlântico Sul, que atua como um corredor de umidade sobre o Brasil Central, que tem trazido mudanças significativas, resultando em chuvas. Em Goiânia, a temperatura máxima pode atingir 29º, com previsão de chuvas isoladas. A umidade relativa do ar varia de 45% a 95%.