Uma veterinária que trabalha no Parque Zoobotânico Arruda Câmara saiu em defesa da leoa que matou um jovem de 19 anos, após ele invadir o recinto que ela estava em João Pessoa, na Paraíba. O caso aconteceu no último domingo, 30. Melanie Leite divulgou imagens ao lado da felina, que se chama Leona.

Nas gravações, as duas apareceram protagonizando interativos carregado de doçura, em que o animal pede carinho e é acariciado pela profissional por meio da grade de proteção. A médica disse que a felina “nunca será vilã” do que aconteceu. “Ela fez apenas o que uma leoa faz. Ela nunca será a vilã. Sou completamente apaixonada por ela e pela equipe técnica”, escreveu em publicação no Instagram. 

A veterinária disse ainda que Leona sempre teve ótima relação com todas as pessoas do zoológico. A afirmação foi corroborada por Neice Caramingo, que é outra veterinária do local. Ela contou que já realizou um exame em Leona e que estava triste com o que aconteceu, sendo que entende que a leoa “seguiu os instintos naturais.” A profissional ainda se solidarizou com a família do jovem Gerson de Melo Machado, conhecido como Vaqueirinho. 

O parque também afirmou que a leoa não será sacrificada pelo o que aconteceu. E descartou que isso tenha sido uma possibilidade cogitada. Para eles, o animal está saudável e não tem comportamento agressivo fora do contexto. “O protocolo em situações como essa prevê exatamente o que está sendo feito: monitoramento, avaliação comportamental e cuidados especializados”, falou a equipe.

Relembre o caso 

Gerson de Melo teria escalado uma parede de mais de seis metros, onde passou pelas grandes de segurança, usou uma árvore como apoio e entrou no recinto da leoa. O momento foi captado por vídeos feitos por visitantes do zoológico. Após o ataque, o parque foi fechado e as visitas estão suspensas, sem previsão para reabertura. 

Segundo a conselheira tutelar Verônica Oliveira, que acompanhou o jovem por oito anos, Gerson foi abandonado por familiares e que tinha transtornos mentais que não foram tratados. Além disso, o jovem cresceu em uma condição de pobreza extrema e dizia que tinha um sonho de ir à África para “domar leões”.

Verônica conta que o viu pela primeira vez quando ele tinha 10 anos. Na ocasião, o menor foi levado ao Conselho Tutelar pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) depois de ser encontrado andando sozinho em uma rodovia federal. Desde então, passou a integrar a rede de proteção da infância. “Foi uma criança que sofreu todo tipo de violação de direito. Filho de uma mãe com esquizofrenia, com avós também comprometidos na saúde mental, vivia numa pobreza extrema”, relatou.

Vaqueirinho morreu após invadir o recinto de uma leoa | Foto: redes sociais

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