Volume de usuários cai em transporte público enquanto estudos mostram um aumento na tarifa em 2022
17 novembro 2021 às 17h30

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Pandemia influenciou no fluxo de passageiros diários em coletivos; Associação Nacional de Transporte Coletivo aponta um possível aumento no valor da passagem
A Rede Metropolitana de Transporte Coletivo (RMTC) divulgou nesta terça-feira, 16, em boletim, um recuo de 34,2% no fluxo de validações no transporte coletivo em Goiânia. Antes da pandemia, no dia 9 de março de 2020, o sistema da RMTC possuía uma demanda de 521.963 usuários. Na última sexta-feira, 12, a rede registrou 333.357 validações, ou seja, menos 188.606 validações deixaram de ser feitas no sistema durante todo o dia.
Em um levantamento realizado pela Associação Nacional de Transporte Coletivo (NTU), foi apontado que a demanda nacional de passageiros, atualmente, é 37,3% menor do que no período pré-pandemia. Com a queda de passageiros, acarretada pelo distanciamento e isolamento social devido à Covid-19, a associação também alerta para um prejuízo de R$ 21,37 bilhões acumulados conjuntamente pelas empresas que operam os serviços de transporte público por ônibus urbano em todo o país e pelos poderes públicos concedentes.
Em Goiânia, a reformulação do sistema operacional do transporte coletivo foi proposta pela atual gestão do prefeito Rogério Cruz (Republicano). A reestruturação é pensada entre Prefeitura, Companhia Metropolitana de Transporte Coletivos (CMTC) e Estado de Goiás, porém deve ficar para 2022. Com uma tarifa atual de R$ 4,30, outro estudo da NTU é um possível reajuste de 50% no valor da passagem dos ônibus, chegando ater um aumento de 2 reais no custeamento dessa passagem, se ocorrer.
Pandemia
A queda no número de passageiros dos transportes públicos vêm ocorrendo desde o primeiro semestre de 2020. Em Goiânia, onde houve 217.211 validações no transporte público antes da pandemia, na última terça-feira, 9, foram registrados 136.097 usuários, um volume 37,3% menor de validações no dia, o que equivale a menos 81.114 validações. Já, em Aparecida de Goiânia, que recebia 124.676 validações no sistema no dia 09 de março de 2020, alcançou um volume 28,6% menor também no dia de ontem, ou seja, 35.638 menos validações.
Seguindo a mesma base comparativa, antes da pandemia, o Sistema Integrado Metropolitano Anhanguera (SIMA) tinha uma demanda de 180.076 validações, no dia 09 de março de 2020. Na terça-feira, dia 16, a queda foi de 34,3% nas validações no sistema, o que equivale a 61.695 validações a menos.
Diariamente, a demanda de usuários de transporte público recebida pela RMTC é um total de 333.637 pessoas, sendo que 9,8% deste número são os de gratuidades . Além disso, a frota de operação diária conta com 985 veículos, atualmente.
Ameaças
Questões externas também afetam em uma possível renovação da tarifa da passagem. O ano de 2022 coincide com as datas-base de motoristas e cobradores, que ocorrem anualmente entre janeiro e maio. Os salários destes profissionais respondem por 48,8% em média. O setor prevê forte pressão por reajustes salariais, num momento em que as empresas estão descapitalizadas e sem caixa para fazer frente às suas obrigações, de acordo com a Associação Nacional de Transportes Coletivos.
O risco do fim da desoneração da folha de pagamento também preocupa, uma vez que os transporte rodoviário coletivo é uma das 17 áreas elencadas para receber o benefício fiscal. A partir de janeiro de 2022, caso não seja aprovado o Projeto de Lei 2541/21, que prorroga a medida até 2026 e que, no momento, aguarda votação no Congresso, a desoneração da folha acrescentaria mais 6% no custo das empresas, piorando um quadro que já é insustentável.
