O novo aeroporto de Águas Lindas de Goiás avança como uma das principais obras de infraestrutura do Entorno do Distrito Federal e reforça a estratégia do município de se consolidar como polo logístico e industrial.

Em construção desde julho de 2024, o terminal contará com uma pista de 2.200 metros, projetada para receber aeronaves como Airbus e Boeing. A nova estrutura é tratada como peça-chave para atrair empresas, fortalecer o escoamento de cargas e impulsionar o desenvolvimento econômico da região.

O aeroporto faz parte do planejamento que envolve o polo industrial chinês de Águas Lindas, embora ambos sejam projetos independentes. A iniciativa reúne a Companhia de Desenvolvimento Econômico de Águas Lindas (Codeal), a Prefeitura Municipal, o Governo de Goiás e o Ministério de Portos e Aeroportos.

A coordenação geral está sob responsabilidade do empresário Edilson Gomes Chiola, que também investe capital próprio. O investimento total estimado é de R$ 180 milhões, somando recursos públicos e privados.

A previsão inicial é que o novo aeroporto movimente 100 mil passageiros por ano, com potencial de expansão para 1 milhão, conforme o polo industrial avance. Na área de cargas, a expectativa é iniciar com 3 mil toneladas anuais, alcançando até 15 mil toneladas.

A infraestrutura deverá incluir: terminal de passageiros; centro de cargas; áreas de manutenção; espaços para testes de drones e eVTOLs; base de formação técnica; e área destinada a um possível hub chinês ligado ao Canal Expresso Brasil–China.

A Codeal negocia com um grupo da China interessado em assumir a operação do terminal e instalar no local um hub logístico internacional. Durante a implantação das obras e das indústrias associadas, a projeção é de 5 mil empregos diretos e 12 mil indiretos.

Com o aeroporto e o parque industrial em plena operação, o total pode chegar a 30 mil postos de trabalho, abrangendo logística, tecnologia, comércio e serviços especializados.

O polo industrial chinês de Águas Lindas, previsto para ocupar 34 hectares e receber R$ 2 bilhões em investimentos de empresas de Shenzhen, região conhecida como o “Vale do Silício da China”, ainda não saiu do papel.

O projeto prevê fábricas de carros elétricos, painéis de LED e equipamentos industriais, com capacidade para gerar 12 mil empregos diretos e indiretos. As obras estão paralisadas por causa de disputas relativas à desapropriação da área.

A prefeitura depositou R$ 659 mil como indenização, mas a Justiça avaliou que o valor correto seria R$ 881 mil. A família proprietária afirma que o município não reservou verba suficiente no orçamento, o que impede o início do empreendimento.

Apesar do impasse, a Prefeitura de Águas Lindas afirma que um acordo “está próximo”, embora ainda não exista previsão concreta para o início das obras.

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