Noruega anuncia investimento recorde de US$ 2,9 bilhões no fundo global de florestas tropicais
06 novembro 2025 às 20h19

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A Noruega anunciou nesta quinta-feira, 6, um investimento de 30 bilhões de coroas norueguesas (cerca de US$ 2,9 bilhões) no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Facility – TFFF), iniciativa global idealizada pelo governo brasileiro para financiar a conservação das florestas tropicais.
O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém. Segundo ele, o fundo “garantirá financiamento estável e de longo prazo aos países que preservam suas florestas”, medida considerada essencial para conter o desmatamento e mitigar os efeitos da crise climática.
“Proteger as florestas tropicais é um investimento no nosso futuro comum. Esperamos que mais países se unam a esse esforço global”, afirmou o ministro do Clima e Meio Ambiente norueguês, Andreas Bjelland Eriksen.
A Noruega é a principal parceira do Brasil em políticas ambientais, sendo o maior doador do Fundo Amazônia. Com a nova contribuição, o país escandinavo realiza o maior investimento internacional em iniciativas ambientais de sua história.
Os repasses serão feitos ao longo de 10 anos, com vencimento até 2075, e estarão condicionados a metas de governança e sustentabilidade. Entre as exigências, estão:
- O fundo captar pelo menos 100 bilhões de coroas (US$ 9,5 bilhões) de outros doadores até 2026;
- A participação norueguesa não ultrapassar 20% do total;
- Garantia de baixo risco financeiro e transparência na gestão;
- Destinação mínima de 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades locais.
Brasil lidera modelo inovador
O TFFF foi proposto pelo governo brasileiro como um mecanismo global e autossustentável de financiamento climático, que trata a preservação florestal como ativo econômico.
O modelo busca captar cerca de US$ 125 bilhões em investimentos privados, aplicando uma lógica de mercado, os rendimentos serão reinvestidos em projetos sustentáveis, e os excedentes usados para remunerar países que preservam suas florestas, proporcionalmente à área conservada.
Além do Brasil, que já confirmou aporte de US$ 1 bilhão, Indonésia e Portugal também aderiram à iniciativa, com contribuições de US$ 1 bilhão e 1 milhão de euros, respectivamente.
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