A Noruega anunciou nesta quinta-feira, 6, um investimento de 30 bilhões de coroas norueguesas (cerca de US$ 2,9 bilhões) no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (Tropical Forests Forever Facility – TFFF), iniciativa global idealizada pelo governo brasileiro para financiar a conservação das florestas tropicais.

O anúncio foi feito pelo primeiro-ministro Jonas Gahr Støre durante a Cúpula de Líderes da COP30, em Belém. Segundo ele, o fundo “garantirá financiamento estável e de longo prazo aos países que preservam suas florestas”, medida considerada essencial para conter o desmatamento e mitigar os efeitos da crise climática.

“Proteger as florestas tropicais é um investimento no nosso futuro comum. Esperamos que mais países se unam a esse esforço global”, afirmou o ministro do Clima e Meio Ambiente norueguês, Andreas Bjelland Eriksen.

A Noruega é a principal parceira do Brasil em políticas ambientais, sendo o maior doador do Fundo Amazônia. Com a nova contribuição, o país escandinavo realiza o maior investimento internacional em iniciativas ambientais de sua história.

Os repasses serão feitos ao longo de 10 anos, com vencimento até 2075, e estarão condicionados a metas de governança e sustentabilidade. Entre as exigências, estão:

  • O fundo captar pelo menos 100 bilhões de coroas (US$ 9,5 bilhões) de outros doadores até 2026;
  • A participação norueguesa não ultrapassar 20% do total;
  • Garantia de baixo risco financeiro e transparência na gestão;
  • Destinação mínima de 20% dos recursos a povos indígenas e comunidades locais.

Brasil lidera modelo inovador

O TFFF foi proposto pelo governo brasileiro como um mecanismo global e autossustentável de financiamento climático, que trata a preservação florestal como ativo econômico.

O modelo busca captar cerca de US$ 125 bilhões em investimentos privados, aplicando uma lógica de mercado, os rendimentos serão reinvestidos em projetos sustentáveis, e os excedentes usados para remunerar países que preservam suas florestas, proporcionalmente à área conservada.

Além do Brasil, que já confirmou aporte de US$ 1 bilhão, Indonésia e Portugal também aderiram à iniciativa, com contribuições de US$ 1 bilhão e 1 milhão de euros, respectivamente.

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