*Colaboração de Tathyane Melo

O Rio Meia Ponte, principal manancial que abastece a Região Metropolitana de Goiânia, entrou em nível de atenção no dia 20 de maio — quase duas semanas mais tarde que em 2023. Apesar do adiamento, a situação ainda requer cuidados.

A vazão está em 10.700 litros por segundo, abaixo do limite considerado ideal, que é de 12 mil L/s. A informação foi confirmada ao Jornal Opção pelo gerente do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (Cimehgo), André Amorim.

“Esse ano, como tivemos chuvas um pouco mais tardias, não entramos em nível de atenção tão cedo quanto no ano passado. Em 2023, foi no dia 7 de maio. Agora, foi no dia 20”, explicou Amorim.

Ele destaca que, embora o cenário seja menos grave que em anos anteriores, a população precisa manter o uso racional da água. “As primeiras orientações são sempre aquelas: uso racional da água, conservar, evitar gastos desnecessários. É sempre importante que as pessoas estejam atentas.”

O Meia Ponte nasce entre os municípios de Itauçu e Itaquaraí e percorre grande parte do estado até chegar à capital. Segundo Amorim, a gestão da bacia hidrográfica é um esforço coletivo, que envolve prefeituras, usuários da água e órgãos ambientais. “Temos que contar com a participação de todos, porque se todos não ajudarem, realmente a situação não flui, não acontece os efeitos.”

O gerente lembrou que o período de estiagem já começou e deve se estender até meados de outubro, quando voltam as chuvas regulares. “Estamos no primeiro nível de criticidade, que é a atenção. Depois vem o alerta, os níveis críticos 1, 2, 3 e 4. São os primeiros passos, mas é preciso ter uma atenção especial da população.”

Apesar de alguns episódios de chuva recentes, o cenário permanece preocupante. “As chuvas ajudam a baixar a poeira, a questão das queimadas, mas não encerram o período seco. Fevereiro e março, por exemplo, foram meses abaixo da média histórica”, afirmou.

De acordo com Amorim, os últimos dez anos têm registrado chuvas abaixo da média, o que agrava a situação da bacia. “A redução da disponibilidade de água é real. As chuvas estão diminuindo, mas as pessoas continuam na bacia, consumindo. As atividades econômicas crescem. Por isso, precisamos sempre trabalhar em conjunto para que as coisas funcionem para todos que vivem na bacia do Rio Meia Ponte, especialmente na parte alta.”

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