*Colaborou Raphael Bezerra

Deve ser formalizada nesta quarta-feira, 25, no Salão Verde da Câmara dos Deputados, a mais nova federação formada pelos partidos PRD e Solidariedade. A movimentação representa não só uma tentativa de fortalecimento das legendas para as eleições de 2026, mas também uma investida para driblar a cláusula de barreira. Em Goiás, a bancada do Solidariedade enxerga com ânimo – e até alívio – a aliança que, inclusive, está cada vez mais próxima de um projeto de oposição ao presidente Lula no ano que vem.

O deputado estadual Wagner Neto se referiu à federação do PRD com seu partido, o Solidariedade, como uma “saída importante para fortalecer um grupo político já forte, tanto na chapa estadual quanto federal”.

O parlamentar, que preside a Comissão de Tributação, Finanças e Orçamento da Assembleia Legislativa de Goiás (Alego), disse ainda que, uma vez que as duas legendas têm proporções semelhantes (ambas as siglas possuem 5 deputados federais, por exemplo. Com a federação, a bancada chegará a 10), não haverá risco de uma tentar se sobrepor à outra.

“Fico muito feliz, porque o PRD é um partido proporcionalmente do mesmo tamanho do nosso, então é uma federação em que nenhum partido vai engolir o outro. Eles vêm pra somar, aumentando a representatividade tanto na Assembleia quanto na Câmara”, disse. Na Alego, o Solidariedade conta com 4 parlamentares, enquanto o PRD tem 2.

Wagner Neto destacou ainda uma “vantagem da federação”: “Você diminui o rateio de fundo eleitoral para os candidatos, então acho que fortalece os candidatos também”, completou.

Já o Coronel Adailton, também do Solidariedade, lembrou que as tratativas para a federação acontecem já há algum tempo, e que o ato desta quarta-feira no Congresso servirá para concretizar a união de “dois partidos de igual musculatura que se somam para fazer um partido grande”.

“Haveremos de cumprir as cláusulas necessárias e trabalhar para montarmos uma chapa muito boa para deputado federal e uma chapa ótima para deputado estadual”, declarou.

Deputado Coronel Adailton: “”Haveremos de cumprir as cláusulas necessárias” | Foto: Reprodução

Os nomes que comporão a chapa de deputados para 2026 ainda serão definidos após a oficialização da federação. No entanto, nomes como o de Denes Pereira – ex-braço direito e secretário do ex-prefeito de Goiânia, Rogério Cruz, e presidente estadual do Solidariedade – já são dados como certos.

A federação acontece em um contexto também de distanciamento do governo federal. Mesmo com cargos na gestão Lula, o Solidariedade, presidido nacionalmente por Paulinho da Força, tem intensificado as críticas ao governo do petista ao mesmo tempo em que sinaliza simpatia pelo projeto de Ronaldo Caiado para 2026.

Paulinho, inclusive, foi uma das lideranças partidárias que marcaram presença na lançamento da pré-candidatura de Caiado à Presidência da República, realizada em abril deste ano, em Salvador.

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