Efeitos colaterais indesejados incluem espasmos, náusea, hipotermia, amnésia e convulsões que podem resultar em morte

Reprodução/Wikipédia
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No último mês, a morte do universitário Victor Hugo Santos, de 20 anos, trouxe à tona a discussão sobre os efeitos da 25B-NBOMe, droga relativamente nova no mercado brasileiro, com efeitos sobre o organismo considerados devastadores. Conforme apontou laudo cadavérico, o jovem que foi encontrado morto na raia olímpica da USP morreu afogado após ter inserido a substância. As suspeitas são de que os efeitos da NBOMe teriam provocado o incidente.

Semelhante ao LSD, o NBOMe chegou ao Brasil no ano início de 2012 e, apesar de um pouco mais amargo e com efeito retardado quanto à substância similar, imita os efeitos alucinógenos com riscos significativamente maiores. Além da euforia e alterações de percepção causadas, a droga também causa paranoia, espasmos, náusea, hipotermia, amnésia e convulsões que podem resultar em morte.

Comercializado em forma de pílulas, pó, ampolas e blotters – pequenos pedaços de papel impregnados com a substância; o NBOMe é vendido como se fosse o LSD, e consumido advertidamente pelos usuários como tal. Isso porque a droga, que custa entre R$ 30 e R$ 40 no Brasil, é relativamente mais barata, o que torna maior a margem de lucro dos traficantes.

Acrescenta-se ainda o fato de a substância ser pouco conhecida no meio acadêmico, e nem mesmo todos seus efeitos colaterais podem ter sido descobertos. Em artigo recente publicado no jornal “Estado de S. Paulo”, o psiquiatra Jairo Bouer defende que a maior parte dos consumidores do NBOMe não tem ideia do que estão consumindo.

“Problemas: nem sempre se sabe o que está sendo comprado (não é incomum que a procedência dessas substâncias seja de origem duvidosa, muitas delas feitas em pequenos laboratórios domésticos e clandestinos). Além disso, como qualquer tipo de medicamento, podem acontecer reações particulares e imprevisíveis”, alerta Bouer.