PF bloqueia R$ 85,7 milhões em nova fase da Operação Overclean; saiba quem são os investigados
Bárbara Ferreira
17 julho 2025 às 09h02
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A Polícia Federal (PF) deflagrou a quinta fase da Operação Overclean nesta quinta-feira, 17. Depois que a operação afastou dois prefeitos da Bahia do cargo, esta fase cumpriu 18 mandados de busca e apreensão e uma ordem de afastamento cautelar de um servidor público, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Os alvos da vez manipularam licitações e desviaram recursos públicos de emendas parlamentares destinadas à Campo Formoso, na Bahia, de acordo com a PF. O núcleo ainda teria levado vantagem indevida nesses pagamentos e obstruído a investigação. Os mandados foram cumpridos em: Salvador (BA), Campo Formoso (BA), Senhor do Bonfim (BA), Mata de São João (BA), Petrolina (PE), e Brasília (DF).
Com isso, o STF determinou o bloqueio de R$ 85,7 milhões em contas bancárias (físicas e jurídicas) dos investigados, para interromper a movimentação desse dinheiro e preservá-lo para possível retorno aos cofres públicos.
Os investigados podem responder por organização criminosa, embaraço à investigação, corrupção ativa e passiva, peculato, fraude em licitações e contratos administrativos e lavagem de dinheiro. O Jornal Opção não conseguiu localizar a defesa dos alvos da operação.
Alvos da operação
A nova fase da Operação Overclean tem como epicentro o município de Campo Formoso, na Bahia, apontado pelas autoridades como um dos principais polos de desvios de recursos públicos investigados. A cidade tem forte ligação com o deputado federal Elmar Nascimento (União-BA). Embora o parlamentar não tenha sido alvo direto da operação, três de seus familiares estão entre os investigados.
Um dos alvos é o prefeito de Campo Formoso, Elmo Aluízio Vieira do Nascimento, irmão de Elmar. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em endereços ligados a ele. A Prefeitura é suspeita de realizar pagamentos milionários a empresas envolvidas em licitações fraudulentas, utilizadas para desviar recursos oriundos de emendas parlamentares.
Outro investigado é Amaury Albuquerque Nascimento, primo do deputado e até recentemente assessor parlamentar em seu gabinete. Após ser citado nas investigações, Amaury foi exonerado. Ele é suspeito de atuar como facilitador para empresários e empresas investigadas, ajudando a garantir contratos superfaturados em troca de vantagens ilícitas.
O terceiro familiar de Elmar citado pela PF é Francisco Nascimento, também primo do deputado e ex-vereador do município. Francisco ganhou notoriedade no ano passado ao ser flagrado jogando dinheiro pela janela durante uma operação da Polícia Federal, numa tentativa frustrada de se livrar de provas. Agora, volta a ser alvo da Overclean por suspeita de intermediar contratos fraudulentos com a prefeitura.
Além destes, a operação também mira o ex-presidente da Codevasf, Marcelo Moreira. Moreira esteve à frente da Codevasf de 28 de agosto de 2019 a 17 de junho de 2025. Ele deixou o cargo em meio a investigações da PF e denúncias de assédio e, após sua saída, a Comissão de Ética Pública da Presidência da República determinou uma quarentena de seis meses, antes que ele pudesse assumir um cargo de diretor de contratos na Odebrecht.
Operação Overclean
Segundo a PF, o objetivo desta operação é desarticular uma organização criminosa suspeita de envolvimento em fraudes licitatórias, desvio de recursos públicos de emendas parlamentares, corrupção e lavagem de dinheiro. O prejuízo estimado já ultrapassa um bilhão de reais.
A operação começou em dezembro de 2024, conduzida pela PF em parceria com o Ministério Público Federal (MPF), a Receita Federal e a Controladoria-Geral da União (CGU), com apoio da agência americana Homeland Security Investigations (HSI).
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