Mulher denuncia dono por homofobia e bar de Goiânia vira alvo de polêmica
23 janeiro 2018 às 15h51

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Proprietário negou declarações e disse que situação “nunca aconteceu e nunca irá acontecer” em seu estabelecimento
Matéria atualizada às 9h09 do dia 14 de janeiro para acréscimo de informação
Uma denúncia de um suposto caso de homofobia em Goiânia causou polêmica nas redes sociais nesta terça-feira (23/1). Em um post no Facebook, a publicitária Camila Oliveira relatou o preconceito que teria sofrido no bar Wacken Rock Bar, no Setor Bueno, mobilizando internautas em protesto.
Segundo o relato, o dono teria se negado a atendê-la e dito que o bar não era “ambiente gay”. Apenas quando sua ex-namorada chegou perto o homem, identificado como Fernando, se levantou para atender. “Ainda bem que você despista um pouco, porque sua namorada vem aqui vestida igual a um homem”, teria dito ele.
O texto resultou em vários ataques na página do bar e avaliações negativas por parte de vários usuários da rede social. “Precisa aprender a respeitar as pessoas antes de querer trabalhar com elas”, diz um comentário. “Homofóbico, cafona e paia demais. Precisa melhorar muito pra ser ruim”, diz outro.
Em entrevista ao Jornal Opção, Fernando Oliveira, proprietário do estabelecimento, negou todas as acusações, e disse que Camila ficou cerca de uma hora no local, tendo recebido até a senha para se conectar à internet. “Lá nunca existiu esse tipo de situação. Homofobia nunca aconteceu e nunca irá acontecer lá”, garantiu.
“Esperei minha irmã acabar a tatuagem pra ir embora. Nesse intervalo de tempo fiquei no estúdio, que fica no mezanino do bar. Mas não consumi nenhum produto ou serviço do Wacken e inclusive cancelei minha tatuagem para não ficar mais tempo”, rebateu ela.
Segundo o empresário, o texto de Camila é “uma covardia”. “Independente de raça, credo, orientação sexual, se não comportar bem, vou chamar atenção. O que não foi o caso.
Ela ficou lá mais de uma hora, pagou a conta e foi embora”, acrescentou.
“Toda história tem dois lados, e talvez o Fernando nem tenha noção do quão maldoso e ofensivo soou o que ele disse. Nós crescemos em uma sociedade que ensina como esse tipo de comentário pode ser só uma ‘piadinha’. Minha denúncia é para que não só ele, como também outras pessoas que estão condicionadas à homofobia aprendam a respeitar a individualidade de cada um. Não cabe a mim provar o que ele disse, eu contei o que aconteceu e como me senti com relação à isso”, disse Camila.
Questionado sobre possíveis medidas, o proprietário do bar disse que pode provar na Justiça que não é homofóbico e que a situação não ocorreu. “Mas é mais fácil deixar para lá. Não vou dar dor de cabeça para ninguém”, explicou.
O proprietário do estabelecimento voltou a ligar para a redação do Jornal Opção na manhã de quarta-feira (24), quando reiterou que jamais praticou qualquer ato de homofobia e lamentou que a notícia tenha sido publicada sem uma visita ao bar. Disse ainda que recebeu a solidariedade de diversos amigos, incluindo homossexuais, e que estuda tomar medidas legais.
Veja a publicação da suposta vítima na íntegra:
Abaixo, o post de Camila no Facebook: