O Ministério Público de Goiás (MPGO), por meio da 70ª Promotoria de Justiça de Defesa do Consumidor, ajuizou Ação Civil Pública contra a Wepink – Savi Cosméticos Ltda e seus sócios, incluindo a influenciadora digital Virgínia Fonseca, Thiago Stabile e Chaopeng Tan. A ação, protocolada em 8 de outubro em Goiânia, pede tutela de urgência para coibir práticas abusivas da empresa.

Segundo o MP, a empresa, que comercializa cosméticos por meio de transmissões ao vivo nas redes sociais, acumulou mais de 90 mil reclamações no site Reclame Aqui apenas em 2024, além de 340 denúncias formais no Procon Goiás entre 2024 e 2025. Em lives gravadas, os sócios admitiram vender produtos sem estoque suficiente, resultando em atrasos de até sete meses e dificuldade de reembolso.

A investigação apontou práticas abusivas, como falta de entrega, produtos com defeito, atendimento deficiente e exclusão de críticas nas redes sociais. O Procon Goiás já aplicou Auto de Infração à empresa em agosto de 2025.

O MPGO pede, entre outras medidas, suspensão de novas lives promocionais, criação de atendimento humano eficiente, entrega imediata dos produtos pagos, reembolso em até sete dias e multa diária de R$ 1 mil em caso de descumprimento. A ação solicita ainda indenização coletiva de R$ 5 milhões e possibilidade de indenização individual para consumidores lesados.

O promotor Élvio Vicente da Silva destacou a responsabilidade solidária dos sócios, que mantiveram vendas massivas mesmo cientes das falhas operacionais. Segundo ele, o uso da imagem da influenciadora aumenta a vulnerabilidade dos consumidores, especialmente jovens, induzindo à compra impulsiva.

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