MPF solicita liminar para barrar indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada dos EUA
12 agosto 2019 às 13h49

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Documento atenta para importância da análise dos critérios técnicos na escolha de chefes diplomáticos

Uma ação protocolada na Justiça Federal pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal (MPF-DF) solicitou uma liminar para suspender a indicação do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro (PSL), para o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.
De acordo com publicação da revista Época, o pedido de análise do MPF é centrado nos critérios técnicos para o cargo e não menciona os laços de parentesco. Em um trecho do documento citado pelo portal é mencionada a pouca experiência do deputado nas relações exteriores: “Não pode ser qualquer mérito ou qualquer serviço a justificar a indicação do cargo, mas sim méritos e serviços relacionados à função que se irá exercer”.
Ainda segundo o texto, o MPF alega que “o posto em Washington é o mais importante da diplomacia brasileira, e que a escolha de pessoas sem condições técnicas para postos diplomáticos já gerou repercussão negativa, como a indicação do embaixador em Cuba no governo Lula”.
Os procuradores solicitaram com urgência, afirmou a reportagem, que os critérios técnicos sejam observados na escolha de chefes diplomáticos, já que, para eles “há perigo do dano caso se efetive a indicação de pessoa sem a preparação adequada para estabelecer intensas negociações com agentes estrangeiros”.
A indicação de Eduardo ao cargo de embaixador em Washington recebeu o aval dos Estados Unidos na semana passada, confirmou Bolsonaro. Mas para ser nomeado, o deputado terá que ser sabatinado e aprovado tanto pela Comissão de Relações Exteriores do Senado como pelo plenário da Casa.