MP que permite até R$ 500 de saque do FGTS é baboseira, diz líder do Podemos
25 julho 2019 às 10h30

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José Nelto diz que previsão de crescimento do PIB retraiu porque Paulo Guedes fala muito e não age

Segundo o deputado federal José Nelto (Podemos), os R$ 500 liberados de FGTS das contas ativas e inativas é irrisório e não vai gerar impacto algum. O parlamentar chamou a medida de perfumaria e “baboseira do governo” e já adiantou que vai apresentar emenda para aumentar o valor a R$ 1.000.
“Eu não vou debruçar em pautas de perfumaria, ideológicas, baboseira de governo. Quero pauta econômica, que coloque dinheiro no bolso do trabalhador”, disse ele ao citar que, em muitos casos, para buscar os R$ 500 o beneficiado já perde R$ 50 em tempo e locomoção. “Tem que distribuir o dinheiro para o trabalhador, essa categoria que movimenta a economia. Rico não gera riqueza, eles gastam no exterior”.
A Medida Provisória (MP), assinada na quarta, 24, pelo presidente Bolsonaro, permite ao trabalhador sacar de contas ativas e inativas do Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS) até R$ 500 por conta. O secretário da Casa Civil Onyx Lorenzoni projetou a injeção de R$ 30 bilhões na economia ainda neste ano e R$ 10 bi em 2020 (os saques vão de agosto a março).
Economia
O líder do Podemos exclamou que a equipe econômica do ex-presidente Michel Temer (MDB) deixou o PIB do Brasil com crescimento a 2%, “com contas públicas bem arrumadas” – a previsão, atualmente, é de fechar o ano em 0,85%.
Para o deputado, a previsão caiu, porque a atual equipe econômica, liderada por Paulo Guedes, focou apenas na reforma da Previdência, “que vai estancar uma veia” (impedir o gasto de R$ 1 tri em dez anos) e não em projetos macroeconômicos. “Paulo Guedes é só blábláblá. Conversa muito e age pouco. Vou convoca-lo [na Câmara] para que mostre algum projeto macroeconômico”.
Reforma da Previdência
Sobre a reforma da Previdência, Nelto diz que esta já está aprovada – apesar de ainda ter que passar pela segunda votação e ir ao Senado. Segundo ele, Estados e municípios terão de fazer a sua. “Não é hora de ficar chorando. Os governadores tem que parar de choramingar e fazer a deles. O que interessa ao mercado já foi feito na Câmara”.