MP irá denunciar por homofobia mãe e padrasto após assassinato de adolescente
17 janeiro 2017 às 19h23

COMPARTILHAR
Para promotoria, não restam dúvidas de que assassinato foi motivado pelo ódio que o casal nutria pela homossexualidade do jovem Itaberlly Lozano
O Ministério Público de Cravinhos, em São Paulo, irá apresentar denúncia contra a mãe e o padrasto de Itaberlly Lozano, de 17 anos, por crime de homofobia. O jovem homossexual foi morto a facadas e teve corpo queimado em um canavial. Relatos de familiares dão conta que a mãe não aceitava a homossexualidade do filho.
[relacionadas artigos=”84577″]
A denúncia é fruto de manifestação de representantes de uma ONG de defesa da comunidade LGBT. O promotor Wanderley Trindade, responsável pelo caso, diz não ter dúvidas de que o caso se trata de homofobia.
A promotoria anexou ao processo provas como áudios em que a vítima relata a violência que sofria. O MP também considera depoimentos de testemunhas e ainda cita uma publicação do jovem nas redes sociais dias antes do assassinato. Na mensagem, o jovem diz que a própria mãe teria colocado “um monte de gente para bater nele” pelo fato de ser gay.
Mãe e padrasto estão presos desde a última quarta-feira (11/1) e respondem pelo crime de assassinato e ocultação de cadáver. Em depoimento, a suspeita chegou a admitir que teria matado o filho a facadas durante uma discussão, mas depois voltou atrás.
Em segundo depoimento, Tatiana Lozando disse que, na verdade, foram três pessoas que mataram seu filho. De acordo com ela, dois jovens e uma adolescente teriam chegado à sua casa e perguntado se o filho dela estava dando muito trabalho. Ela teria dito que sim e permitido que os três lhe dessem um “corretivo”, mas “sem deixar o filho machucado”.
Ela teria então saído de casa e, mesmo ouvindo os gritos do filho, que dizia que iria morrer e pedia socorro, ficou por vinte minutos ausente. Quando voltou, Itaberli já estava morto e Tatiana, temendo ser incriminada, pediu que o marido a ajudasse a sumir com o corpo.
Sua nova versão, no entanto, não inclui os nomes dos supostos criminosos. Segundo ela, a única pessoa que ela conseguiu ver foi a adolescente, e ela não seria capaz de identificar os outros dois. Tatiana e Alex permanecem presos.

