MP denuncia e pede prisão de deputado Lucas Bove por descumprir medidas protetivas de Cíntia Chagas
24 outubro 2025 às 13h48

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O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) denunciou o deputado estadual Lucas Diez Bove (PL) por perseguição, violência psicológica, física e ameaça contra a influenciadora e ex-esposa, Cíntia Chagas. O MP-SP também solicitou a prisão preventiva do parlamentar devido a recorrentes descumprimentos de medidas protetivas que foram concedidas à vítima.
O deputado foi indiciado, no dia 29 de setembro, pela polícia por crimes de perseguição e violência após a influenciadora, que conta com mais de 7,6 milhões de seguidores nas redes sociais, prestar queixa contra ele. À época, ela relatou uma série de abusos físicos e psicológicos contra ele durante o relacionamento de dois anos que teve com Bove.
No mês de agosto, o Conselho de Ética da Assembleia Legislativa de São Paulo decidiu arquivar a denúncia contra o deputado estadual. Ele foi acusado de quebra de decoro parlamentar após as denúncias de Cíntia.
O Ministério Público entendeu que Bove ignorou determinações judiciais de forma mais cada vez mais ostensiva e demonstrou “claro desprezo” às restrições impostas.
O documento do MP-SP mostra que as violações estavam sendo cometidas há cerca de um ano e que isso aconteceria mesmo depois de intimações e advertências feitas pessoalmente e por meio dos advogados do parlamentar. Para o Ministério Público, o deputado tem conhecimento da necessidade de cumprir as medidas, mas não o faz por acreditar que não será responsabilizado pelas consequências.
No pedido, o Ministério Público ainda afirma que os fatos são graves e que Lucas já demonstrou que não irá parar de descumprir as medidas impostas.
Por meio de nota, Cíntia Chagas disse que receber a decisão com serenidades e “inabalável confiança na Justiça”
“Trata-se de um homem público, e é moralmente inaceitável que agressores de mulheres permaneçam investidos em funções de poder. A violência contra a mulher não se circunscreve à esfera privada: constitui crime e afronta à dignidade humana. Que a lei siga o seu curso e que, como sempre, a verdade prevaleça. A todas as mulheres que enfrentam a violência, deixo uma mensagem: não se calem. O silêncio protege o agressor”, afirmou.
Por meio das redes sociais, Lucas Bove criticou o feminismo e disse que há um movimento seletivo em algumas pautas do movimento. Segundo ele, isso acaba prejudicando os casos de mulheres que “realmente sofrem violência”. “Ou seja, a militância feminista que alcançou o poder público deixa claro que, se você for mulher: não precisa cumprir as regras impostas pela Justiça; sua palavra vale mais do que suas ações, do que seu histórico e até do que um documento oficial assinado por um profissional devidamente qualificado e isento. Eu, na qualidade de deputado sob a qual estou fazendo estas postagens, sinto vergonha em nome das milhares de vítimas reais de violência que muitas vezes deixam de denunciar justamente pela descredibilização que as falsas denúncias trazem à causa”.
