Movimento silencioso na Câmara de Goiânia quer mais espaço no Paço e mira presidência

21 julho 2025 às 16h13

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Desde fevereiro, vereadores da Câmara Municipal de Goiânia vêm se reunindo regularmente para discutir assuntos voltados aos interesses dos parlamentares. O grupo é formado majoritariamente por vereadores da base de sustentação do prefeito Sandro Mabel (UB), mas ao mesmo tempo não se define como um bloco de representação parlamentar, mas como um “movimento de união” entre os vereadores. Até o momento, vereadores confirmam que o grupo conta com 14 integrantes
O objetivo central do bloco seria para articular ações para pressionar a Prefeitura e ao mesmo tempo fortalecer a Câmara. Um desses movimentos é a apresentação do requerimento que estabelece a criação da Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar irregularidades na prestação de serviços de limpeza urbana do Consórcio Limpa Gyn. Além disso, os parlamentares tem conversado sobre a eleição para a presidência da Casa para o mandato do próximo biênio 2026 e 2027.
Há também conversas de que as movimentações também estariam buscando mais espaços dentro da Prefeitura de Goiânia. Os vereadores ainda seguem insatisfeitos com a cota de nomeações da atual gestão. Nos bastidores, o bloco já é chamado por alguns vereadores de “grupo de blindagem”.
Com 14 integrantes, o grupo é composto por grande parte dos vereadores que assinaram a CEI da LimpaGyn: Bruno Diniz (MDB), Cabo Senna (PRD), Daniela da Gilka (PRTB), Denício Trindade (UB), Geverson Abel (Republicanos), Igor Franco (MDB), Léo José (SD), Léia Kleia (Podemos), Lucas Kitão (UB), Lucas Vergílio (MDB), Luan Alves (MDB), Pedro Azulão Jr (MDB), Welton Lemos (SD) e Willian Veloso (PL).
Apontado nos bastidores como um dos articuladores do movimento, o líder do prefeito na Câmara, vereador Igor Franco (MDB), negou que haja qualquer formalização de bloco ou grupo dentro do Legislativo. Ele afirmou apenas que a “base do prefeito está unida”.
Embora o presidente da Câmara, Romário Policarpo (Patriota), não integre o grupo, fontes afirmam que ele está ciente dos movimentos.
CEI da LimpaGyn
Uma das estratégias da movimentação dos vereadores pode ser aumentar o número de membros em uma eventual CEI da LimpaGyn. Conforme o Regimento Interno da Casa, a CEI é composta por indicações das lideranças dos partidos e blocos, respeitando a proporcionalidade. Ou seja, caso seja formalizada, um grupo de 14 vereadores garantiria uma parte significativa das indicações. Por exemplo, em uma comissão com sete titulares, conforme previsto no requerimento, esse grupo poderia indicar até três membros.
No entanto, os membros de um bloco parlamentar que forem líderes de bancada perderiam alguns benefícios ao estarem em um bloco formalizado. Por exemplo, não teriam direito ao Tempo de Liderança durante as sessões, nem ao recebimento do auxílio-representação.