COMPARTILHAR

Depois de dois dias obstruindo os trabalhos do Congresso, parlamentares da oposição finalmente desocuparam, na noite dessa quarta-feira, 6, as mesas diretoras da Câmara dos Deputados e do Senado Federal.

Em entrevista à imprensa logo após a liberação dos plenários, que só aconteceu após ameaça de suspensão de mandatos, bolsonaristas afirmaram que o presidente da Câmara, Hugo Motta, teria se comprometido em pautar a anistia dos condenados pelo 8 de janeiro. No entanto, de acordo com o próprio presidente da Casa, esse tal acordo não existe.

“As matérias [jornalísticas] que estão saindo sobre a negociação feita por esta Presidência para que os trabalhos fossem retomados não está vinculada a nenhuma pauta. O presidente da Câmara não negocia as suas prerrogativas, nem com a oposição, nem com o governo”, disse Motta, a jornalistas.

A declaração rebate, portanto, as afirmações do líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante, de que os trabalhos da Casa começariam com a anistia na pauta. “Na próxima semana, abriremos os trabalhos dessa Casa pautando a mudança do foro privilegiado para tirar a chantagem que muitos parlamentares, deputados e senadores, vêm sofrendo por parte de alguns ministros do STF. Junto com o fim do foro, pautaremos a anistia dos presos políticos”, afirmou.

Contudo, logo após a repercussão de sua fala, o próprio deputado recuou. “Num dia como ontem, não há vencedores ou vencidos. O presidente Hugo não foi chantageado por nós e não assumiu compromisso com nenhuma pauta. Os líderes dos partidos que assumiram foram PSD, União Brasil e Progressistas”, declarou.

Leia também:

Confusão marca retomada dos trabalhos na Câmara sob forte segurança e risco de suspensão de mandato

Com participação de goianos, obstrução no Congresso trava trabalhos por mais um dia