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O coronel reformado do Exército do Brasil Eurides Curvo faleceu na quarta-feira, 3, aos 99 anos. Durante a ditadura civil-militar, atuou como comandante da Polícia Militar e secretário de Segurança Pública do governo de Goiás. Ele foi mestre da Universidade Federal de Goiás, na Faculdade de Engenharia.

Anticomunista e membro da linha dura — a dos presidentes Costa e Silva e Emilio Garrastazu Médici —, Eurides Curvo comandou o combate à esquerda, durante a ditadura, de maneira tenaz. Ele foi um dos operadores dos Inquéritos Policiais-Militares (IPMs), que investigavam a vida, de cabo a rabo, de opositores do golpe de Estado de 1964 e dos governos discricionários.

Eurides Curvo era um dos aliados do capitão Marcus Fleury de Brito, que foi chefe do SNI em Goiás e da Superintendência da Polícia Federal.

Depois de novembro de 1964, com a queda do governador Mauro Borges, as perseguições a democratas e esquerdistas se intensificaram em Goiás. A violência foi redobrada, com tortura e mortes.

O publicitário e escritor Hugo Brockes contou ao Jornal Opção, numa entrevista, que um militar saiu do próprio casamento para torturá-lo.

Hugo Brockes ficou surdo e com problemas num olho de tanto apanhar nas dependências do quartel do Exército em Goiânia. Com quase 90 anos, ainda carrega as sequelas das torturas.