O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, negou que sua esposa, a advogada Viviane Barci de Moraes, tenha atuado na operação de aquisição envolvendo o Banco Master e o Banco de Brasília (BRB). Em nova nota divulgada nesta quarta-feira, 24, o magistrado também reiterou que não tratou do tema em reuniões com o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo.

“O escritório de advocacia de sua esposa jamais atuou na operação de aquisição Master-BRB perante o Banco Central”, afirma o comunicado enviado à imprensa. Na mesma nota, Moraes corrigiu datas e detalhes sobre encontros realizados com Galípolo, reforçando que as reuniões tiveram como único objetivo discutir os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky.

Segundo o ministro, houve apenas dois encontros com o presidente do Banco Central, ambos em seu gabinete. O primeiro ocorreu em 14 de agosto, após a aplicação inicial da Lei Magnitsky, em 30 de julho. O segundo foi realizado em 30 de setembro, depois da inclusão de sua esposa na sanção norte-americana, em 22 de setembro. Em nenhum deles, segundo Moraes, houve qualquer menção ou pressão relacionada à operação envolvendo o Banco Master e o BRB.

A manifestação ocorre após reportagem da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo, que apontou a existência de um contrato do escritório Barci de Moraes Advogados com o Banco Master no valor de R$ 129 milhões, a ser pago ao longo de 36 meses. Moraes afirmou que o escritório não participou da operação analisada pelo Banco Central.

Na nota, o ministro também negou ter estado no Banco Central ou mantido contato telefônico com Galípolo sobre o tema. Ele esclareceu ainda que, além do presidente do BC, recebeu em seu gabinete dirigentes do Banco do Brasil, do Itaú e representantes de entidades do sistema financeiro, sempre para tratar dos impactos institucionais da aplicação da Lei Magnitsky.

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