Moradores de Luís Alves, distrito de São Miguel do Araguaia denunciaram que as águas do Rio Pintado estariam sendo desviadas por bombas instaladas em uma fazenda local, deixando o leito praticamente seco. A situação foi registrada em vídeos enviados por ribeirinhos, revelando os danos ambientais em um dos afluentes que integram a bacia hidrográfica do Rio Araguaia, um dos mais importantes do país.

Nos registros enviados por moradores, é possível observar máquinas trabalhando dentro do Rio Pintado em um local em que antes eram cobertas por água. O cenário contrasta com o período úmido da região, tradicionalmente marcado por volume mais alto das águas e movimentação turística nas proximidades.

Veja vídeo:

Além disso, ribeirinhos relataram que poços e nascentes próximos ao rio também começaram a secar. O Rio Pintado integra a bacia que abastece o Rio Araguaia, responsável por dar vida às praias fluviais de Luís Alves e por sua proximidade com a Ilha do Bananal, considerado um dos maiores patrimônios ambientais do Brasil.

Moradores afirmam que “as denúncias foram feitas, mas nenhuma providência concreta foi tomada”. 

A denúncia chegou às autoridades estaduais neste final de semana. Ao Jornal Opção, o delegado Luziano de Carvalho, titular da Delegacia Estadual de Repressão a Crimes contra o Meio Ambiente (DEMA), informou que recebeu o vídeo denúncia do local no domingo, 9, e que já irá encaminhar uma equipe no local para apurar a situação.

Vídeo:

A atuação da DEMA poderá confirmar se houve desvio irregular do curso d’água, o que, em tese, pode configurar ilícito ambiental conforme a legislação federal.

Já a Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) destacou a importância de registrar denúncias de forma oficial. O órgão informou que “é recomendado que os moradores formalizem a denúncia na Semad, porque desse modo é gerado na denúncia a coordenada geográfica do local, facilitando para os fiscais o local onde precisam ir”.

A pasta reforçou ainda que “denúncias genéricas dificultam o trabalho da equipe em muitos casos”, já que a ausência de localização precisa aumenta o tempo para chegar ao ponto do suposto crime ambiental. A formalização pode ser realizada pelo canal oficial da secretaria.

O Jornal Opção também entrou em contato com o prefeito de São Miguel do Araguaia, Jeronymo Siqueira, para obter posicionamento sobre a situação. No entanto, até o fechamento desta matéria não houve retorno sobre o assunto. 

Leia também:

Goiânia ainda conta com postes de madeira, mas especialistas apontam que não há risco à população 

Caiado apresenta Programa Cerrado em Pé na COP30