Um vídeo gravado durante visita ao norte de Minas Gerais provocou repercussão nas redes sociais neste fim de semana. O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, apareceu ao lado do prefeito de Salinas (MG), Kinca Dias (PDT), dizendo que “possamos trocar a carteira de trabalho pelo cartão do Bolsa Família”.

A fala ocorreu após o lançamento do programa Acredita no Primeiro Passo, na cidade vizinha de Montes Claros, na última segunda-feira, 27. No vídeo, o prefeito inicia a frase e o ministro completa. Ao lado deles está o deputado federal Paulo Guedes (PT-MG).

“Queremos cada vez mais, como foi dito pelo nosso ministro, que nós possamos, no futuro, trocar a carteira de trabalho pelo cartão do Bolsa Família, porque saiu da pobreza”, completou Wellington Dias.

A declaração foi criticada por opositores nas redes sociais, que interpretaram a fala como uma inversão de valores, colocando o benefício assistencial no lugar do emprego formal.

Em resposta à repercussão, Wellington Dias afirmou à CNN Brasil que inverteu a ordem das falas e que a ideia era justamente o oposto: “a carteira de trabalho substituir o cartão do Bolsa Família, quando as famílias superarem a pobreza”.

Já o prefeito Kinca Dias acusou parte das críticas de má-fé. “Houve dupla interpretação, por maldade de alguns e má compreensão de outros”, disse.

Ato falho

Wellington Dias, no entanto, afirmou nesta sexta-feira, 31, que o vídeo em que aparece dizendo que o governo quer “trocar a carteira de trabalho pelo cartão do Bolsa Família” foi resultado de um ato falho.

Segundo o ministro, a intenção era justamente o contrário: reafirmar o compromisso de “trocar o cartão do Bolsa Família pela carteira de trabalho”, uma frase que ele repete desde o início de sua gestão à frente da pasta.

“O objetivo do meu trabalho é fazer com que as pessoas do Cadastro Único e do Bolsa Família saiam da pobreza e parem de depender do auxílio do Estado”, explicou Dias.

O primeiro vídeo, gravado em Montes Claros (MG) ao lado do prefeito de Salinas, Kinca Dias (PDT), viralizou nas redes sociais e gerou críticas de opositores, que interpretaram a fala como uma inversão de prioridades do governo.

O ministro gravou uma nova declaração nesta sexta-feira para esclarecer o contexto. Segundo ele, a fala original foi “mal formulada”, mas a meta do programa Acredita no Primeiro Passo, lançado nesta semana, continua sendo promover inclusão produtiva e empregabilidade entre os beneficiários do Bolsa Família.

“Queremos que o cartão do Bolsa Família dê lugar à carteira de trabalho, símbolo da autonomia e da dignidade do trabalhador brasileiro”, completou o ministro.

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