Ministro da Cultura critica protesto de brasileiros em Cannes: “Infantil e totalitário”
06 junho 2016 às 17h30

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Calero afirmou que é desrespeito chamar processo de impeachment de golpe ao falar sobre manifestação de cineasta e atores do filme Aquarius

O ministro da Cultura, Marcelo Calero, criticou, neste domingo (5/6), manifestação realizada pelo diretor e elenco do filme Aquarius durante o festival de Cannes, em maio. Para ele, o protesto foi “infantil” e “um pouco totalitário”. As declarações foram feitas durante entrevista no programa Preto no Branco, do Canal Brasil.
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Calero se referia aos atores e ao diretor do longa, Kleber Mendonça Filho, que, ao serem filmados no tapete vermelho de Cannes, levantaram cartazes criticando o que chamaram de golpe e também a composição dos ministérios do presidente interino, Michel Temer (PMDB). Além dos envolvidos na produção de Aquarius, algumas outras pessoas na plateia também exibiam faixas criticando o governo do peemedebista.
“Acho ruim, em nome de um posicionamento político pessoal, causar prejuízos à reputação e à imagem do Brasil”, criticou ele. “Estão comprometendo [a imagem do país] em nome de uma tese política. Eu acho até um pouco totalitário, porque você quer pretender que aquela sua visão específica realmente cobre a imagem de um país inteiro”.
Segundo Calero, o regime brasileiro é democrático e falar em golpe é “desrespeito com aqueles que viveram o golpe realmente, o de 1964”. “Pessoas morreram. E as pessoas esquecem isso. Eu acho de uma irresponsabilidade quase infantil”, disparou.
Pelo Facebook, Kleber Mendonça rebateu as criticas de que o protesto envergonhou o país no exterior. “Caro Ministro Calero, talvez isso aqui redefina sua noção de o nosso país passar vergonha internacionalmente”, escreveu, ao compartilhar matéria do jornal americano The New York Times que critica a nomeação de acusados de corrupção para cargos no governo Temer.