Ministra Esther Dweck busca Fernando Haddad em meio a cobrança por reajuste de salário de servidores

06 abril 2024 às 10h20

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A Ministra da Gestão e Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, buscou uma audiência com o Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na quinta-feira, 4, em meio a pressões por parte dos servidores públicos para a concessão de reajuste salarial ainda em 2024.
No mês de dezembro passado, o governo federal apresentou uma proposta que incluía benefícios como auxílio-alimentação, mas notavelmente omitiu o reajuste salarial. A oferta contemplava as seguintes medidas: um acréscimo de R$ 342 (correspondente a 51,9%) no vale-alimentação; R$ 215 no subsídio per capita para saúde suplementar; e R$ 484 no auxílio-creche.
Após terem recebido um reajuste linear de 9% em 2023, durante o primeiro ano do terceiro mandato de Lula (PT), os servidores do Executivo federal agora aguardam uma definição sobre a recomposição salarial para o corrente ano. Até o momento, a proposta do governo se resume à correção nos valores dos benefícios, como auxílio-alimentação, saúde e creche, cujo montante já está alocado no Orçamento.
Apesar da promessa do governo de conceder um reajuste de 9% nos próximos dois anos (2025 e 2026), a ser pago em duas parcelas de 4,5%, a ministra Dweck indicou a possibilidade de um reajuste em 2024, condicionado ao desempenho da arrecadação no início do ano. No entanto, a Fazenda demonstra cautela em relação a essa possibilidade, considerando a meta de atingir um déficit fiscal zero em meio a um cenário desafiador.
PEC dos bancos
A reunião entre Dweck e Haddad contou com a presença de secretários das respectivas pastas, incluindo Dario Durigan, secretário-executivo da Fazenda, e Jose Lopez Feijoo e Jose Celso Pereira Cardoso Junior, secretários de Gestão de Pessoas e Relações de Trabalho. Esse encontro ocorreu em um momento de insatisfação demonstrada por sindicatos, que têm realizado greves e outras mobilizações devido às respostas consideradas insuficientes do governo federal.
Além da questão do reajuste salarial dos servidores, a reunião também abordou a situação financeira das empresas estatais e a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) nº 65/2023, que trata da autonomia do Banco Central. Dweck sustenta que não há déficit nas empresas estatais, argumentando que as que não são dependentes utilizarão recursos próprios para investimento. Quanto à PEC de autonomia do BC, essa tem sido objeto de debate entre o Palácio do Planalto, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, e membros do Congresso.
Greve em Goiás atinge Institutos Federais
A greve de servidores públicos federais em Goiás atingiu, especialmente, institutos federais da Educação. Os servidores técnico-administrativos dos institutos anunciaram a greve no último dia 11.
De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores técnico-administrativos em Educação do Estado de Goiás (Sint-Ifesgo), cirurgias eletivas, exames clínicos e laboratoriais que não são de emergência estão sendo reduzidos a partir de hoje e “a tendência é que fato paralise todo o atendimento eletivo”.
Essa greve impacta os servidores da educação da Universidade Federal de Goiás (UFG), Instituto Federal de Goiás (IFG), IF Goiano, Universidade Federal de Catalão (UFCAT) e Universidade Federal de Jataí (UFJ).
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