Ministério Público Federal oferece denúncia contra Lula por suposto esquema em Angola
10 outubro 2016 às 15h30

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Ex-presidente e outras 10 pessoas, incluindo o sobrinho de sua ex-mulher e Marcelo Odebrecht, foram indiciados por corrupção, lavagem de dinheiro e tráfico de influência
Depois que a Polícia Federal (PF) indiciou, na última quarta-feira (5/10), o ex-presidente Lula (PT), o sobrinho de sua ex-esposa, Taiguara Rodrigues, e o empresário Marcelo Odebrecht, o Ministério Público Federal (MPF) também ofereceu denúncia contra eles. As acusações envolvem corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, organização criminosa e tráfico de influência.
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A denúncia apresentada nesta segunda-feira (10), envolve ainda outros oito investigados: José Emmanuel Camano, que além de indiciado por lavagem de dinheiro, como todos os listados à seguir, também foi acusado do crime de organização criminosa; Pedro Henrique; Maurício Bastianelli; Javir Chuman; Marcus Azevedo; Eduardo Alexandre; Gustavo Teixeira; e José Madureira. No total, o esquema teria movimentado R$ 30 milhões.
De acordo com a denúncia do MPF, Lula cometeu os crimes não só quando era presidente, mas também quando já não tinha mandato. Inicialmente, entre 2008 e 2010, ele teria praticado corrupção ativa. Entre 2011 e 2015, por outro lado, ele é acusado de tráfico de influência. Além disso, o MPF também pede a condenação por organização criminosa e lavagem de dinheiro.
Lula teria praticado estes crimes em esquema para beneficiar a empresa de Taiguara, a Exergia Brasil, que, segundo o MPF, conseguiu 17 contratos de prestação de serviços de engenharia para a Odebrecht mesmo sem experiência no ramo. As obras, em Angola, foram financiadas com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Além das obras em Angola, o MPF mirou ainda em palestras de Lula. De acordo com as investigações, o esquema dissimulava repasses indevidos com estas supostas palestras, que o ex-presidente faria à convite da Odebrecht.
Os advogados do ex-presidente darão uma coletiva nesta segunda-feira (10) para responder à denúncia.