Ministério Público do Trabalho liberta 32 trabalhadores em situação análoga à escravidão em Goiás
28 janeiro 2021 às 17h15

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Maior parte trabalhava em plantações de laranja. No Brasil todo foram 140 em operação

Em Goiás, 32 trabalhadores foram liberados, após Operação Resgate realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT). Dentre eles, 24 trabalhavam em plantações de laranja e um senhor que trabalhava há 15 anos em troca de moradia, além de outros 7 localizados em Cristalina. O estado lidera o ranking dos resgates, seguido de Minas Gerais (27) e Mato Grosso do Sul (25).
A Operação Resgate, anunciada nesta quinta-feira, 28, resgatou até o momento 140 trabalhadores de condições análogas à escravidão. Houve fiscalizações em 23 Unidades da Federação. A operação teve início no dia 13 de janeiro, e é maior força-tarefa de combate ao trabalho escravo já realizada no Brasil.
Integram a operação o Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).
Em entrevista coletiva realizada nesta quinta-feira, 28, no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, em Brasília, as instituições destacaram o perfil variado das vítimas. Entre elas, estão trabalhadores do meio urbano e rural, bem como indígenas, adolescentes, trabalhadoras domésticas, migrantes estrangeiros, pessoas com deficiência e idosos.
O procurador-geral do MPT, Alberto Balazeiro destacou que os números expressivos e a abrangência nacional das fiscalizações demonstram que ainda há muito trabalho a ser feito. “As atividades em que ocorre trabalho escravo são múltiplas, desde as oficinas de costura até a atividade rural, doméstica e garimpo, que provam que ainda há um cenário muito duro a ser combatido”, afirmou.
Investigação de irregularidades
Além do resgate dos trabalhadores, a ação integrada tem como objetivo verificar o cumprimento das regras de proteção ao trabalho, a coleta de provas para garantir a responsabilização criminal daqueles que lucram com a exploração e a reparação dos danos individuais e coletivos causados aos resgatados.
Foram realizadas até o momento 64 ações fiscais, lavrados 360 autos de infração e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Serão destinados cerca de R$ 500 mil em verbas rescisórias aos trabalhadores flagrados em condições análogas à escravidão e cada um deles terá direito a três parcelas do seguro-desemprego.