O presidente da Argentina Javier Milei precisou ser retirado às pressas de uma carreata nesta quarta-feira, 27, em Lomas de Zamora, na Grande Buenos Aires, após manifestantes atirarem pedras e garrafas contra a comitiva. Não houve feridos, segundo a Presidência.

Milei participava de uma carreata do partido La Libertad Avanza quando a comitiva foi alvo de objetos lançados pela rua. A segurança acelerou a saída do presidente e suspendeu o ato por razões de segurança.

Imagens nas redes mostram tumulto enquanto Milei acenava da caçamba de uma picape. O deputado José Luis Espert, que acompanhava Milei e é candidato nas eleições legislativas de outubro, deixou o local em uma motocicleta sem capacete durante a confusão, segundo registros da imprensa local.

Contexto político

O incidente ocorre em um momento de crise para Milei, afetado por denúncias envolvendo gravações atribuídas ao ex-dirigente da ANDIS Diego Spagnuolo. A investigação cita repasses e supostas propinas que teriam beneficiado a irmã do presidente, Karina Milei.

Buscas e apreensões relacionadas ao caso foram realizadas pela Justiça no dia 22 de agosto. A Presidência difundiu notas e publicações nas redes sociais condenando os ataques.

Líderes do entorno de Milei atribuíram o episódio a militantes opositores; por sua vez, opositores dizem que a mobilização expressou repúdio às políticas do governo e ao escândalo em curso. Não há registro de feridos na comitiva, conforme porta-voz presidencial.

Com as eleições de meio de mandato se aproximando, o episódio aumenta a tensão em uma campanha já marcada por polarização e pela investigação sobre supostas irregularidades ligadas à aquisição de medicamentos e à ANDIS.

A crise política pressionou a popularidade do presidente nas últimas semanas, embora o partido ainda apareça à frente em pesquisas para as legislativas.

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