Mídia internacional destaca prisão de Bolsonaro e aponta impacto político no Brasil

A imprensa estrangeira repercutiu amplamente, neste sábado, 22, a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF). Os principais jornais e agências de notícias destacaram o caráter inédito da detenção, os desdobramentos políticos do caso e o aprofundamento da crise institucional no país.

Veículos europeus e norte-americanos deram destaque imediato ao caso. O The New York Times afirmou que a prisão representa “um novo capítulo na turbulência política brasileira”, ressaltando que Bolsonaro já enfrentava uma série de processos relacionados às eleições de 2022 e à pandemia de Covid-19.

O The Guardian, do Reino Unido, enfatizou que a ordem de prisão se baseia em indícios de violação da tornozeleira eletrônica e risco de fuga, segundo o STF. O jornal também destacou a reação de aliados do ex-presidente, que classificaram a decisão como “perseguição política”.

A agência Reuters descreveu a medida como “um movimento significativo” às vésperas do trânsito em julgado da condenação na Ação Penal 2668. Segundo a agência, a prisão deve ampliar a polarização no país e mobilizar tanto apoiadores quanto críticos de Bolsonaro.

Na Alemanha, o Der Spiegel apontou que a detenção reforça a atuação central do STF nos últimos anos e mencionou que o ex-presidente se tornou alvo de diversas investigações por supostas tentativas de deslegitimar o processo eleitoral e incentivar atos antidemocráticos.

O jornal francês Le Monde destacou que a prisão ocorreu após novos elementos apontarem tentativa de rompimento do monitoramento eletrônico, fato decisivo para a mudança da prisão domiciliar para a preventiva. O veículo também mencionou o impacto da medida sobre a direita brasileira e os potenciais reflexos nas eleições municipais de 2026.

Nos Estados Unidos, a rede CNN afirmou que o episódio pode desencadear uma onda de protestos no país e repercutiu declarações de bolsonaristas que acusaram o Supremo de “exceder suas atribuições”.