COMPARTILHAR

Os mexicanos vão às urnas neste domingo, 1º, para eleger todos os juízes do país, incluindo os da Suprema Corte. Essa é a primeira vez na história que um país realiza um pleito para o maior tribunal de sua nação.

As eleições judiciais estão previstas na reforma constitucional do governo aprovada no ano passado. A mudança gerou protestos de juristas. Críticos apontam risco de candidatos despreparados, chances de os cartéis se infiltrarem de forma direta no poder público e ameaças à democracia.

Com a reforma, magistrados não precisarão mais passar por concursos públicos ou, no caso da Suprema Corte, serem indicados pelo chefe de governo. Bastará convencer eleitores ainda confusos com o pleito e que devem faltar em massa à votação. Pesquisas apontam que o comparecimento deve ficar abaixo de 15%.

A Bolívia fez eleições populares para juízes em 2011, 2017 e 2024, mas a medida está limitada à Suprema Corte. No México o pleito valerá para todos os juízes do país.

De acordo com o Tribunal Eleitoral mexicano, 7,7 mil candidatos concorrem aos mais de 2.600 cargos para magistrados federais e locais. Os eleitores receberão cinco cédulas, nas quais escolherão 881 juízes federais, incluindo todos os nove juízes da Suprema Corte do México, além de 17 magistrados que vão compor o Tribunal Eleitoral do país e outros cinco que integrarão o recém-criado Tribunal Disciplinar, que supervisionará a conduta dos juízes e poderá sancioná-los.

Além disso, serão escolhidos 1.800 juízes de tribunais estaduais, incluindo 386 juízes distritais, que julgam casos criminais, como os relacionados aos cartéis mexicanos.

Os eleitos irão cumprir mandato de nove anos e poderão concorrer à reeleição.

Leia também

É a China, estúpido! Guerra de Trump não tem a ver com Rússia, Brasil, México, Canadá, Panamá e Groenlândia