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Deputado se baseia em caso ocorrido em 2010, no Pará, quando uma mesma chapa lançou dois candidatos a senadores, porém, o pleito era para duas vagas 

Nielton Soares
Rafaela Ferreira


Deputado Delegado Waldir (UB) aposta em precedente que ocorreu em 2010, no Pará, para ser também candidato ao Senado na chapa de reeleição do governador Ronaldo Caiado (UB). O que acontece é que naquela eleição estavam em disputa duas vagas. Agora, apenas uma. No grupo caiadista já se avançam conversas em prol da pré-candidatura do ex-ministro Henrique Meirelles (PSD). Além dele, há outros nomes que disputam a única vaga. Apesar de pleitear o Senado, o cientista político Guilherme Carvalho não vê viabilidade jurídica para que duas pessoas sejam lançadas ao cargo pela mesma chapa.  

Delegado Waldir já ingressou com uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que permitiu ao então candidato Simão Jatene (PSDB) lançar por partidos diferentes candidatos ao Senado, em 2010. “A consulta que eu fiz vai ser positiva, é possível o governador (Ronaldo Caiado) ter vários candidatos no grupo político dele. Como Simão Jatene fez no Pará, é possível aqui em Goiás. Lá Jatene era do PSDB e ele teve candidato a senador do próprio PSDB e de outros partidos. Então isso é possível em Goiás, a legislação permite isso,” confia. 

De acordo com o parlamentar, uma provável segunda opção na chapa de Caiado pertenceria a ele. Isso porque, há muito tempo o político estaria formulando um projeto para o Senado. “Essa articulação já acontece há bastante tempo, terminando a minha eleição para deputado federal, essa articulação aconteceu com os prefeitos, com os vereadores, com os vice-prefeitos, com os ex-prefeitos com a população, meu nome na imprensa e temos também articulação no União Brasil, presidente Luciano Bivar, com o vice, (Antonio) Rueda, e quando o governador me chamou, novamente, para compor o projeto dele, ele perguntou qual era o meu projeto, e eu falei para ele que era o Senado. Ele fez a proposta para eu construir esse projeto, e se tiver bem nas pesquisas, seria um dos candidatos”, disse.

Indagado se os critérios seriam as pesquisas, o deputado esclareceu que isso seria uma das condições, mas não a única. “É estar bem nas pesquisas e ter esse relacionamento com os presidentes dos partidos, essa articulação com prefeitos, vereadores, não pode preencher apenas um requisito. Então, essa vaga ao Senado”, salienta. Waldir acredita fielmente que a chapa do governador Ronaldo Caiado pode lançar nomes para a disputa ao Senado. “Pode com certeza, pode lançar não só o Meirelles, acho que a gente tem que dar oportunidade de ter vários candidatos para o Senado”, reforça. 

“Eu defendo que possa ter vários candidatos para a gente dar pluralidade para o eleitor escolher e fazer a diferença, eu defendo que todos que queiram ser candidatos possam se viabilizar por meio de um partido. A minha pretensão eu já falei para o governador, a gente ajudou a construir a estrutura, o tempo de TV. Eu que esteve com o governador, sou extremamente fiel a ele. 2017, se você pegar o jornal Opção, quem lançou o governador Ronaldo Caiado foi o delegado Waldir. Eu sou fiel, sou parceiro dele de primeiro momento. Eu acho que com certeza, o governador vai levar isso em consideração também. Estamos construindo este projeto, Delegado Waldir que foi senador, duas vezes mais bem votado na história de Goiás. Então a gente tem esse projeto agora de ser candidato ao Senado”, destacou.

Porém, o argumento que o deputado tem feito para ser também candidato no grupo do governador Ronaldo Caiado para o Senado não tem precedente jurídico. O cientista político Guilherme Carvalho explica que nesta eleição é impossível a mesma chapa lançar dois candidatos. “A corrida é majoritária. Então não há jurisprudência, não há nenhum entendimento do Supremo Tribunal (Federal – STF) ou mesmo do TSE a respeito da possibilidade de uma eleição com apenas uma vaga se lançar dois candidatos ao Senado”, afirma. Ele acrescenta que isso tem ocorrido devido a muitos políticos buscarem ser candidatos a senadores e haver poucas chapas para isso. “Então tenta-se criar isso dentro do debate público, mas materialidade jurídica e mesmo movimentação política não há, além da nacional para que isso ocorrar”, frisa.