Mensagens apontam que empresária anfitriã de Ronaldinho seria responsável por documentos falsos
09 março 2020 às 10h55

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Advogado diz que documentação foi ofertada ao irmão do jogador como um modo para que fizessem negócios no Paraguai: “E eles aceitaram essa proposta”

A esposa do empresário Wilmondes Sousa Lira, Paola Oliveira, entregou à Justiça do Paraguai mensagens e gravações que demonstram que teria sido a empresária Dalia López quem se encarregou de produzir e confeccionar documentos falsos para Ronaldinho Gaúcho e seu irmão Roberto de Assis.
Parte do conteúdo dessas mensagens, foi revelado nesta segunda-feira, 9, pelo jornal ABC e repercutido pela Folha de S. Paulo.
As mensagens de WhatsApp enviadas por López a Oliveira mostravam fotos dos documentos prontos e textos em que comemorava sua influência junto às autoridades que confeccionam passaportes.
Ambos foram obtidos ilegalmente, sem os requisitos que são pedidos a qualquer cidadão paraguaio, entre eles os de comparecer presencialmente ao órgão emissor e apresentar uma documentação específica.
A defesa dos brasileiros alega que eles receberam os documentos de Lira. Em depoimento na sexta, o empresário afirmou apenas ter sido o intermediário da entrega e que López tomou conta de tudo desde o princípio. As revelações complicam ainda mais a situação de Dalia López, que já tem pedido de prisão decretado. Além do caso dos dois brasileiros, ela já era investigada por lavagem de dinheiro.
Neste domingo, 8, o advogado dos irmãos, Sérgio Queiróz, declarou que os documentos falsificados apreendidos com a dupla “foram oferecidos a Assis como um modo para que fizessem negócios no Paraguai. E eles aceitaram essa proposta”.
Para Queiróz, os dois estão detidos de forma “totalmente abusiva e ilegal” e a decisão do sábado, 7, da juíza Clara Ruíz Díaz de acatar o pedido do Ministério Público e determinar a prisão era “rasgar a legislação paraguaia”.