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Conhecido como MC Poze do Rodo, Marlon Brendon Coelho Couto, foi solto na tarde desta terça-feira, 3, depois de cinco dias preso. Ele estava no presídio de Bangu 3, no Complexo de Gericinó, e na saída foi recebido por uma multidão de fãs e apoiadores. O cantor apareceu e comemorou ao lado da mulher, Vivi Noronha, no teto solar de um carro.

Ele foi preso na manhã de quinta-feira, 29, no bairro do Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio de Janeiro, por policiais civis da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE). Ele é investigado por apologia ao crime e por suspeitas de envolvimento com a facção criminosa Comando Vermelho (CV).

Quando Poze foi solto, houve queima de fogos e os apoiadores tentaram se aproximar do cantor. Durante o aglomerado, a Polícia Militar usou spray de pimenta e o próprio cantor falou em balas de borracha. A polícia precisou usar grades para conter a multidão.

O cantor foi beneficiado por um habeas corpus que determinou a sua soltura desde que cumpra medidas cautelares: 

  • ele deve comparecer em juízo todo mês até o dia 10 para informar e justificar suas atividades; 
  • não pode se ausentar da Comarca enquanto perdurar a análise do mérito deste habeas corpus; 
  • deve permanecer à disposição da Justiça informando telefone para contato imediato; 
  • não pode se mudar sem comunicar ao Juízo; 
  • não pode se comunicar com outros investigados, testemunhas, e ligados ao Comando Vermelho;
  • deve entregar o passaporte à Secretaria do Juízo originário.

O também cantor Oruam esteve no presídio durante a saída do MC. Ele chegou a subir em cima de um ônibus para comemorar e instigar os apoiadores. Nas redes sociais, pediu desculpas por ter subido no veículo público mas disse que a bagunça ganhou força porque “prenderam um inocente”.

Investigação

De acordo com as investigações, o funkeiro se apresenta exclusivamente em áreas controladas pela facção, onde traficantes armados com fuzis e outras armas de grosso calibre garantem a “segurança” dos shows. A polícia afirma que esses eventos são utilizados estrategicamente pelo Comando Vermelho para aumentar os lucros com a venda de drogas, revertendo os recursos para a compra de mais entorpecentes, armamentos e equipamentos usados em ações criminosas.

As autoridades apontam ainda que o repertório de MC Poze do Rodo inclui letras que fazem apologia ao tráfico, ao uso ilegal de armas de fogo e à incitação de confrontos entre facções rivais. Em nota, a Polícia Civil destacou que “as letras extrapolam os limites constitucionais da liberdade de expressão e artística, configurando crimes graves de apologia ao crime e associação para o tráfico de drogas”.

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