Jornalista australiano aguarda decisão britânica sobre pedido de extradição dos EUA

O vereador Mauro Rubem (PT) propôs uma moção de solidariedade a entidades e organizações que reconhecem o movimento #FreeAssange, criado em suporte ao fundador do Wikileaks, Julian Assange. A intenção é mobilizar apoiadores e simpatizantes do movimento em apelo junto à Ministra do Interior do Reino Unido, Priti Patel, pela recusa do pedido de extradição de Julian Assange para os Estados Unidos e pela garantia de sua liberdade.

A moção, que não foi votada por falta de quórum, nesta terça-feira, 7, Dia Nacional da Liberdade de Imprensa, será enviada para os Repórteres Sem Fronteiras (RSF), Associação Brasileira de Imprensa (ABI), Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Estado de Goiás, Agência Pública e às embaixadas dos Estados Unidos e do Reino Unido.

Para Mauro Rubem, a extradição e o indiciamento de Assange abririam um precedente perigoso para o jornalismo e a liberdade de imprensa em todo o mundo. “Assange seria o primeiro denunciante a ser processado com base na Lei de Espionagem, que não permite o benefício da alegação de defesa do interesse público na divulgação das informações. Essa jurisprudência pode ser aplicada a qualquer jornalista, denunciante ou fonte que revele informações classificadas como confidenciais”, explica.

O processo, que já dura dez anos, depende mais uma vez de decisão política do Ministério, que já havia sido favorável ao pedido de extradição do jornalista para os Estados Unidos, em 2019. A princípio, Assange tinha até o dia 18 de maio para apresentar sua defesa, mas conseguiu direito de apelação à Suprema Corte uma semana depois.

Caso seja extraditado, Assange pode pegar até 175 anos de prisão por 18 acusações relacionadas à divulgação de centenas de milhares de documentos militares e diplomáticos confidenciais, em 2010. Os documentos, divulgados no Wikileaks, denunciaram crimes de guerra e violações de direitos humanos.