Para Marconi Perillo, os candidatos Iris Rezende e Antônio Gomide devem explicações sobre o caso Cachoeira
23 setembro 2014 às 12h10

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No bate-papo, o tucano esforçou-se para manter o nível propositivo de sua campanha e afirmou que não guarda rancor e mágoas, segundo ele, diferente de seus principais adversários

O governador e candidato ao governo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), realizou nesta terça-feira (23/9) mais um bate-papo com os internautas goianienses. O tucano falou sobre gastos com publicidade, questões energéticas e, principalmente, sobre o caso Cachoeira, quando criticou Iris Rezende (PMDB) e Antônio Gomide (PT) por impedirem a quebra de seus sigilos na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada pela Assembleia Legislativa para investigar o esquema.
Em 2012, Marconi Perillo teve seu nome vinculado a um possível envolvimento com a organização criminosa, chefiada pelo bicheiro Carlos Cachoeira, que explorava máquinas de caça-níquel no Estado. A gravidade e a repercussão da Operação Monte Carlo, que desarticulou os esquemas do grupo de Cachoeira, levou o Congresso Nacional e o Senado a criarem uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI). Na época, deputados e senadores investigaram as relações do bicheiro com políticos e agentes do Estado e empresários. “Claro que houve todo um ingrediente político por trás do episódio da CPMI. Na ocasião eu protocolei um pedido e prestei mais de nove horas de esclarecimentos. Depois, autorizei a quebra dos meus sigilos bancários, fiscais e telefônicos”, ressaltou.
A Assembleia Legislativa de Goiás também instalou uma CPI para investigar a possível ligação de autoridades goianas com a contravenção e com a atuação das empresas ligadas a Carlos Cachoeira no Estado. De acordo com Marconi Perillo, políticos que tinham possíveis envolvimentos com o esquema do bicheiro entraram na Justiça para proibirem que seus sigilos bancários fossem quebrados. “O candidato Iris Rezende, que faz uma campanha de baixo nível com relação a este caso, foi à Justiça para impedir que seus sigilos fossem quebrados. O mesmo pedido foi feito pelo petista Antônio Gomide. Eles devem explicação sobre o caso”, asseverou.
O tucano afirmou que em 2012, apesar da midiatização negativa do fato, se preocupou e concentrou esforços na gestão estadual. “Aquele foi um ano dramático. Mas trabalhamos e qualificamos os serviços públicos no Estado e agora, dois anos depois, estamos colhendo os frutos e isto está me colocando na frente das pesquisas eleitorais”, salientou.
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Celg
Sobre a transferência de 51% das ações da Celg para a Eletrobras, o tucano afirmou aos internautas que o problema da companhia se iniciou com o endividamento da usina de Cachoeira Dourada e, posteriormente, com sua venda. Ainda de acordo o tucano, nos últimos 16 anos, depois da privatização, a empresa que comprou Cachoeira Dourada obteve mais de R$ 10 bilhões de lucros.
“Agora, fizemos um bom acordo com a Eletrobras. Nós já temos R$ 1,9 bilhão no caixa da companhia, estamos pagando dívidas e vamos ter R$ 500 milhões para investimentos e para a garantia do desenvolvimento do Estado”, comemorou Marconi Perillo.
O tucano citou também que Goiás pode ser uma das principais regiões do País em produção de energia sustentável. “Até porque nosso pacto elétrico é muito grande. Produzimos etanol, biocombustível e biodiesel”, disse.
Gastos com Publicidade
Sobre as constantes críticas da oposição em relação aos gastos de seu governo com publicidades, Marconi Perillo lembrou que o decano peemedebista Iris Rezende gastou, em dois anos à frente da prefeitura de Goiânia, mais de R$ 100 milhões com propaganda. “Nesta campanha ele vem me criticando. No entanto, mais de 75% de publicidade do meu governo foram para campanhas educativas de esclarecimentos. Como o combate à Aids e à dengue”, justificou.
Por fim, esforçando-se para manter o nível propositivo da campanha, Marconi Perillo pontou as características que o diferencia fundamentalmente de seus principais concorrentes. “O primeiro diferencial é que eu não guardo mágoas de ninguém, vejo que por parte de alguns há rancor e vinganças. Eu não sou candidato para me vingar de ninguém. Considero-me jovem ainda, só tenho 51 anos, cheio de energia e vitalidade. Além disso, tenho uma boa proposta para o Estado”, cutucou.
#PapoComMarconi
O instrumento de campanha foi mediado pela jornalista mineira Tereza Cruvinel. O meio usado para realizar o bate-papo foi o Hangout, plataforma desenvolvida pelo Google que permite interação de várias pessoas ao mesmo tempo.
Os internautas enviaram suas perguntas por meio do Twitter, Facebook e Whatsapp. A conversa do governador com o público foi transmitida ao vivo pelo YouTube.